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  • Uma xícara de Chá
    segunda-feira, outubro 23, 2006

    Nan-In, um mestre japonês durante a era Meiji (1868-1912), recebeu um
    professor de universidade que veio lhe inquirir sobre Zen. Este iniciou um
    longo discurso intelectual sobre suas dúvidas.
    Nan-In, enquanto isso, serviu o chá. Ele encheu completamente a xícara de
    seu visitante, e continuou a enchê-la, derramando chá pela borda.
    O professor, vendo o excesso se derramando, não pode mais se conter e disse:
    "Está muito cheio. Não cabe mais chá!"
    "Como esta xícara," Nan-in disse, "você está cheio de suas próprias opiniões
    e especulações. Como posso eu lhe demonstrar o Zen sem você primeiro
    esvaziar sua xícara?"
    posted by iSygrun Woelundr @ 5:29 PM   0 comments
    Uma Parábola

    Certa vez, disse o Buddha uma parábola:
    Um homem viajando em um campo encontrou um tigre. Ele correu, o tigre em seu
    encalço. Aproximando-se de um precipício, tomou as raízes expostas de uma
    vinha selvagem em suas mãos e pendurou-se precipitadamente abaixo, na beira
    do abismo. O tigre o farejava acima. Tremendo, o homem olhou para baixo e
    viu, no fundo do precipício, outro tigre a esperá-lo. Apenas a vinha o
    sustinha.
    Mas ao olhar para a planta, viu dois ratos, um negro e outro branco, roendo
    aos poucos sua raiz. Neste momento seus olhos perceberam um belo morango
    vicejando perto. Segurando a vinha com uma mão, ele pegou o morango com a outra e o comeu.
    "Que delícia!", ele disse.
    posted by iSygrun Woelundr @ 5:02 PM   0 comments
    berserker, hells warriors


    RESUMO

    O deus de Viking, Odin, é adorado e reverenciado pelo culto Berserker. São fanaticos, imunes a dor, consumidos pela sede de sangue e raiva. São guerreiros do inferno e são imortais.Eles vagam pelo mundo até os dias de hoje.
    As Valkyrie são assistentes de Odin.
    As Valkyrie são vampiras, raptoras das almas, e também vagam pelo mundo até os dias de hoje.Quando um senhor da guerra Viking (PATRICK BERGIN) defia seu deus, o furioso Odin, este envia sua fúria sobre o filho mais velho do senhor da guerra, Barek (PAUL JOHNSSON), para morrer e ser retornar como um Berserker. O resultado dessa mudança manifesta-se na raiva, violencia e a vida de insanidade e vingança para todo o sempre. Para que possa se livrar de sua sina de violencia, o principe Viking tenta dominar sua vida desolada e insana ele busca o amor para num eterno ciclo ganhar e perder na eternidade, o mesmo acontece com seu objeto de amor, a Valkyrie (KARI WUHRER) outra vez. sem descançp em face de sua sina enfeitiçada e buscando descanço, ele se torno novamente anfitrião da Valkyrie,

    em sua batalha perpetua entre o bem e o mal entre seus companheiros e seu inimigo jurado, seu irmão(CRAIG SHEFFER).




    posted by iSygrun Woelundr @ 11:36 AM   0 comments
    mitologia classica: DE URANO A CRONOS
    terça-feira, outubro 17, 2006

    A Primeira Geração Divina
    Titãs

    Oceano
    Ciclope

    À primeira fase do Cosmo segue-se o que se poderia chamar estágio intermediário, em que Úrano (Céu) se une a Géia (Terra), de que procede numerosa descendência: Titãs, Titânidas, Ciclopes, Hecatonquiros, além dos que nasceram do sangue de Úrano e de todos os filhos destes e daqueles.
    A união de Úrano e Géia é o que se denomina hierogamia, um casamento sagrado, cujo objetivo precípuo é a fertilidade da mulher, dos animais e da terra. É que, o casamento sagrado, "atualiza a comunhão entre os deuses e os homens; comunhão, por certo passageira, mas com significativas conseqüências. Pois a energia divina convergia diretamente sobre a cidade - em outras palavras, sobre a "Terra" - santificava-a e lhe garantia a prosperidade e a felicidade para o ano que começava". Essas hierogamias se encontram em quase todas as tradições religiosas. Simbolizam não apenas as possibilidades de união com os deuses, mas também uniões de princípios divinos que provocam certas hipóstases. Uma das mais célebres dessas uniões é a de Zeus (o poder, a autoridade) e Têmis (a justiça, a ordem eterna) que deu nascimento a Eunomia (a disciplina), Irene (a paz) e Dique (a justiça).
    Curioso que o casamento, instituição que preside à transmissão da vida, aparece é muitas aureolado de um culto que exalta e exige a virgindade, simbolizando, vezes assim, a divina da vida, de que as uniões do homem e da mulher são apenas origem projeções, receptáculos, instrumentos e canais transitórios. No Egito havia as esposas de Amondeus da fecundidade. Eram normalmente princesas, consagradas ao deus e , que dedicavam sua virgindade a essa teogamia. Em Roma, as Vestais, sacerdotisas de Vesta, deusa da lareira doméstica, depois deusa da Terra, a Deusa Mãe, se caracterizavam por uma extrema exigência de pureza.
    Retornando à primeira geração divina, temos, inicialmente, o seguinte quadro:
    Úrano è Géia
    Titãs: Oceano, Ceos, Crio, Hiperíon, Jápeto, Crono
    Titânidas: Téia, Réia, Têmis, Mnemósina, Febe, Tétis
    Ciclopes: Arges, Estérope, Brontes
    Hecatonquiros: Coto, Briaréu, Gias
    Titãs
    Em grego (Titán), é aproximado, em etimologia popular, de (títaks), rei, e (titéne), rainha, termos possivelmente de procedência oriental: nesse caso, Titã significaria "soberano, rei". Carnoy prefere admitir que os Titãs tenham sido primitivamente deuses solares e seu nome se explicaria pelo "pelágico" tita, brilho, luz. A primeira hipótese parece mais clara e adequada às funções dos violentos Titãs no mito grego. Os Titãs simbolizam, "as forças brutas da terra e, por conseguinte, os desejos terrestres em atitude de revolta contra o espírito", isto é, contra Zeus. Juntamente com os Ciclopes, os Gigantes e os Hecatonquiros representam eles as manifestações elementares, as forças selvagens e insubmissão da natureza nascente, prefigurando a primeira etapa da gestação evolutiva. Ambiciosos, revoltados e indomáveis, adversários tenazes do espírito consciente, patenteado em Zeus, não simbolizam apenas as forças brutas da natureza, mas, lutando contra o espírito, exprimem a oposição à espiritualização harmonizante. Sua meta é a dominação, o despotismo.
    Oceano
    Em grego (Okeanós), sem etimologia ainda bem definida. É possível que se trate de palavra oriental com o sentido de "circular, envolver". Parece que Oceano era concebido, a princípio, como um rio-serpente, que cercava e envolvia a terra. Pelo menos esta é a idéia que do mesmo faziam os sumérios, segundo os quais a Terra estava sentada sobre o Oceano, o rio-serpente. No mito grego, Oceano é a personificação da água que rodeia o mundo: é representado como um rio, o Rio-Oceano, que corre em torno da esfera achatada da terra, como diz Ésquilo em Prometeu Acorrentado: Oceano, cujo curso, sem jamais dormir, gira ao redor da Terra imensa.
    Quando, mais tarde, os conhecimentos geográficos se tornaram mais precisos, Oceano passou a designar o Oceano Atlântico, o limite ocidental do mundo antigo. Representa o poder masculino, assim como Tétis, sua irmã e esposa, simboliza o poder e a fecundidade feminina do mar. Como deus, Oceano é o pai de todos os rios, que, segundo a Teogonia, são mais de três mil, bem como das quarenta e uma Oceânidas, que personificam os riachos, as fontes e as nascentes. Unidas a deuses e, por vezes, a simples mortais, são responsáveis por numerosa descendência.
    O em razão mesmo de sua vastidão, aparentemente sem limites, é a imagem Oceano, da indistinção e da indeterminação primordial.
    De outro lado, o simbolismo do Oceano se une ao da água, considerada como origem da vida. Na mitologia egípcia, o nascimento da Terra e da vida era concebido como uma emergência do Oceano, à imagem e semelhança dos montículos lodosos que cobrem o Nilo, quando de sua baixa. Assim, a criação, inclusive a dos deuses, emergiu das águas primordiais. O deus primevo era chamado a Terra que emerge. Afinal, as águas, "simbolizam a soma de todas as virtualidades: são a fonte, a origem e o reservatório de todas as possibilidades de existência. Precedem a todas as formas e suportam toda a criação".
    Oceano e suas filhas, as Oceânidas, surgem na literatura grega como personagens da gigantesca tragédia de Ésquilo, Prometeu Acorrentado. Oceano, apesar de personagem secundária na peça, um mero tritagonista, é finalmente marcado por Ésquilo: tímido, medroso e conciliador, está sempre disposto a ceder diante do poderio e da arrogância de Zeus. Com o caráter fraco de seu pai contrastam as Oceânidas, que formam o coro da peça: preferem ser sepultadas com Prometeu a sujeitar-se à prepotência do pai dos deuses e dos homens.
    Mesmo quando os Titãs, após a mutilação de Úrano, se apossaram do mundo, Oceano resolveu não participar das lutas que se seguiram, permanecendo sempre à parte como observador atento dos fatos...
    Dada a pouca ou nenhuma importância dos Titãs Ceos, Crio e Hiperíon no mito grego, a não ser por seus casamentos, filhos e descendentes, vamos diretamente a Crono.
    Ciclope
    Em grego (Kýklops), "olho redondo", pois os Ciclopes eram concebidos como seres monstruosos com um olho só no meio da fronte. Demônios das tempestades, os três mais antigos são chamados, por isso mesmo, Brontes, o trovão, Estéropes, o relâmpago, e Arges, o raio.
    Os mitógrafos distinguem três espécies de Ciclopes: os Urânios (filhos de Úrano e Géia), os Sicilianos, companheiros de Polifemo, como aparece na Odisséia de Homero e os Construtores. Os primeiros, Brontes, Estéropes e Arges são os urânios. Encadeados pelo pai, foram, a pedido de Géia, libertados por Crono, mas por pouco tempo. Temendo-os, este os lançou novamente no Tártaro, até que, advertido por um oráculo de Géia de que não poderia vencer os Titãs sem o concurso dos Ciclopes, Zeus os libertou definitivamente. Estes, agradecidos, deram-lhe o trovão, o relâmpago e o raio. A Plutão ou Hades ofereceram um capacete que podia torná-lo invisível e a Posídon, o tridente. Foi assim, que os Olímpicos conseguiram derrotar os Titãs.
    A partir de então tornaram-se eles os artífices dos raios de Zeus.
    Como o médico Asclépio, filho de Apolo, fizesse tais progressos em sua arte, que chegou mesmo a ressuscitar vários mortos, Zeus, temendo que a ordem do mundo fosse transtornada, fulminou-o. Apolo, não podendo vingar-se de Zeus, matou os Ciclopes, fabricantes do raio, que eliminaria o deus da medicina.
    O segundo de Ciclopes, impropriamente denominados sicilianos, tendem a confundir-se com aqueles de que fala Homero na Odisséia. Estes eram selvagens, gigantescos, dotados de uma força descomunal e antropófagos. Viviam perto de Nápoles, nos chamados campos de Flegra. Moravam em cavernas e os únicos bens que possuíam eram seus rebanhos de carneiros. Dentre esses Ciclopes destaca-se Polifemo, imortalizado pelo cantor de Ulisses e depois, na época clássica, pelo drama satírico de Eurípedes, o Ciclope, o único que chegou completo até nós.
    Na época alexandrina, os Ciclopes "homéricos" transformaram-se em demônios subalternos, ferreiros e artífices de todas as armas dos deuses, mas sempre sob a direção de Efesto, o deus por excelência das forjas. Habitavam a Sicília, onde possuíam uma oficina subterrânea. De antropófagos se transmutaram na erudita poesia alexandrina em frágeis seres humanos, mordidos por Eros.
    A terceira leva de Ciclopes proviria da Lícia. A eles era atribuída a construção de grandes monumentos da época pré-histórica, formados de gigantescos blocos de pedra, cujo transporte desafiava as forças humanas. Ciclopes pacíficos, esses Gigantes se colocaram a serviço de heróis lendários, como Preto, na fortificação de Tirinto, e Perseu, na construção da fortaleza de Micenas.
    posted by iSygrun Woelundr @ 7:36 PM   0 comments
    mitologia classica: Réia, Cibele e Nix

    As Origens

    Réia ou Cibele
    Ops
    Tártaro
    Hemera
    Nix
    Montes, Montanhas
    Pontos


    Réia ou Cibele



    Saturno, se bem que pai dos três principais deuses, Júpiter, Netuno e Plutão, não teve entre os poetas o título de Pai dos Deuses, talvez devido à crueldade que exerceu sobre os filhos, enquanto que Réia, sua esposa, era chamada a Mãe dos Deuses, a Grande Mãe, e era venerada com esse nome.



    Os diferentes nomes com que é designada a mãe de Júpiter exprimiam sem dúvida atribuições diversas da mesma pessoa. Realmente essa deusa, sob qualquer dos seus muitos nomes, é sempre a Terra, mãe comum de todos os seres. Réia ou Cibele, que nas cerimônias dos cultos e crenças religiosas dos povos, parece ter sido o mais honrado. Eis o que se contava de Cibele:



    Filha do Céu e da Terra, por conseguinte a própria Terra, Cibele, mulher de Saturno, era chamada a Boa Deusa, a Mãe dos Deuses, por ser mãe de Júpiter, de Juno, de Netuno, de Plutão e da maior parte dos deuses de primeira ordem. Logo depois de nascer, sua mãe expô-la em uma floresta, e os animais ferozes tomaram conta dela e alimentaram-na. Enamorou-se de Atis, jovem e formoso frígio, a quem confiou o cuidado do seu culto, sob a condição de que ele não violaria o seu voto de castidade. Atis esqueceu o juramento desposando a ninfa Sangarida, e Cibele puniu-o matando a rival. Atis ficou profundamente magoado; num acesso de delírio e desgraçado se mutilou; e ia enforcar-se, quando Cibele, com uma compaixão tardia, mudou-o em pinheiro.



    O culto de Cibele tornou-se célebre em Frígia, de onde foi levado a Creta. Foi introduzido em Roma na época da segunda guerra púnica. O simulacro da Boa Deusa, uma grande pedra muito tempo conservada em Pessino, foi colocada no templo da Vitória, no monte Palatino. Foi um dos penhores da estabilidade do império, e se instituiu uma festa, com combates simulados, em honra de Cibele. Os seus mistérios, tão dissolutos como os de Baco, eram celebrados com um confuso ruído de oboés e címbalos; os sacrificadores davam uivos.



    Sacrificavam-lhe uma porca, pela sua fertilidade, um touro ou uma cabra, e os padres, durante esses sacrifícios, sentados, batiam palmas no chão. O buxo e o pinheiro eram-lhe consagrados; o primeiro por ser a madeira de que se faziam as flautas, instrumentos empregados nas festas, e o segundo por causa do desgraçado Atis a quem Cibele tanto amara. Os seus sacerdotes eram os Cabiros, os Coribantes, os Curetes, os Dáctilos do monte Ida, os Galos, os Semíviros e os Telquinos, quase todos geralmente eunucos, em memória de Atis.



    Representava-se Cibele com os traços e o garbo de uma mulher robusta, com uma coroa de carvalho, árvore que havia alimentado os primeiros homens. As torres sobre a sua cabeça representam as cidades que estão sob a sua proteção, e a chave que está em sua mão indica os tesouros que o seio da terra esconde no inverno e oferece no estio. É conduzida num carro tirado por leões. O carro é o símbolo da Terra que se balança e rola no espaço; os leões demonstram que nada, por mais feroz, deixará de ser domado pela ternura maternal, ou por outra, - que não há solo rebelde à indústria fecunda. As suas vestes são matizadas, geralmente verdes, alusão aos ornatos da natureza. O tambor que está a seu lado é o globo terrestre; os címbalos, os gestos violentos dos seus sacerdotes indicam a atividade dos lavradores e o ruído dos instrumentos da agricultura.



    Alguns poetas supuseram que Cibele era a filha de Meon e Dindimo, rei e rainha da Frígia. Seu pai, tendo percebido que ela amava Atis, fez que este morresse com suas mulheres, e atirou os seus corpos em um montouro. Cibele ficou inconsolável.

    Ops



    Ops, o mesmo que Cibele e Réia ou a Terra, é representada como uma venerável matrona que estende a mão direita oferecendo socorro, e que com a esquerda dá pão ao pobre. Era também considerada com a deusa das riquezas. O seu nome quer dizer socorro, auxílio, assistência.



    Não há que admirar de ver-se a Terra, tantas vezes personificada sob denominações diferentes. Fonte inesgotável de riquezas, mãe fecunda de todos os bens, ela se oferecia à adoração dos povos sob vários aspectos, conforme o clima e a região; daí, as múltiplas lendas e os seus inumeráveis símbolos.

    Tártaro



    De etimologia desconhecida, até o momento, é o local mais profundo das entranhas da terra, localizado muito abaixo do próprio Hades. A distância que separa o Hades do Tártaro é a mesma que existe entre Géia, a Terra, e Úrano, o Céu. Um pouco mais tarde, quando o Hades foi dividido em três compartimentos, Campos Elísios, local onde ficavam por algum tempo os que pouco tinham o purgar, Érebo, residência também temporária dos que muito tinham a sofrer, o Tártaro se tornou o local de suplício permanente dos grandes criminosos, mortais e imortais. Quando Zeus proíbe os Imortais de se imiscuírem nas batalhas entre aqueus e troianos, e ameaça lançar os recalcitrantes nas profundezas do Tártaro, observa-se que este é perfeito sinônimo de Hades, aonde iam ter, para todo o sempre, sem prêmio nem castigo, todas as almas. A divisão do Hades em compartimentos é pós-homérica.



    Em Hesíodo a idéia de permanência eterna na outra vida já parece também existir, pelo menos para alguns deuses e mortais: lá foram lançados os Titãs e as almas dos homens da Idade de Bronze. Os Ciclopes tiveram mais sorte: duas vezes lançados no Tártaro, duas vezes de lá foram libertados, o que demonstra que para algumas divindades o Tártaro podia funcionar apenas como prisão temporária, ao menos até Hesíodo. Seja como for, é no Tártaro que as diferentes gerações divinas lançam sucessivamente seus inimigos, como os Ciclopes e depois os Titãs.

    Hemera



    Hemera, (Heméra), cuja base é o ino-europeu, "claridade". Hemera é a personificação do Dia, concebido como divindade feminina, formando com Éter um par, enquanto Érebo e Nix formam o outro.

    Nix



    Nix, é a personificação e a deusa da noite, cuja raiz é o indo-europeu - "escuridão". Habita o extremo Oeste, além do país de Atlas. Enquanto Érebo personifica as trevas subterrâneas, inferiores, Nix personifica as trevas superiores, de cima.



    Percorre o céu, coberta por um manto sombrio, sobre um carro puxado por quatro cavalos negros e sempre acompanhada das Queres. À Noite só se podem imolar ovelhas negras. Nix simboliza o tempo das gestações, das germinações e das conspirações, que vão surgir à luz do dia em manifestações de vida. É muito rica em todas as potencialidades de existência, mas entrar na noite é regressar ao indeterminado, onde se misturam pesadelos, íncubos, súcubos e monstros. Símbolo do inconsciente, é no sono da noite que aquele se libera.

    Montes. Montanhas



    No grego hesiódico (Úrea), do verbo (óresthai), "elevar-se", personificados como filhos de Géia, são em Hesíodo a "agradável habitação das Ninfas". Por sua altura e por ser um centro, a montanha tem um simbolismo preciso. Na medida em que ela é alta, vertical, aproximando-se do céu, é símbolo de transcendência; enquanto centro de hierofanias (manifestações do sagrado) e de teofanias (manifestações dos deuses), participa do simbolismo da manifestação. Como ponto de encontro entre o céu e a terra, é a residência dos deuses e o termo da ascensão humana. Expressão da estabilidade e da imutabilidade, a montanha, segundo os sumérios, é a massa primordial não diferenciada, o Ovo do mundo. Residência dos deuses, escalar a montanha sagrada é caminhar em direção ao Céu, como meio de se entrar em contato com o divino, e uma espécie de retorno ao Princípio.



    Todas as culturas têm sua montanha sagrada. Moisés recebeu as Tábuas da Lei no Monte Sinai; Garizim foi e continua a ser um cume sagrado nas montanhas de Efraim; o sacrifício de Isaac foi sobre a montanha; Elias obtém o milagre da chuva nos píncaros do monte Carmelo; uma das mais belas pregações de Cristo foi o Sermão da Montanha; a transfiguração de Jesus foi sobre uma alta montanha e sua ascensão, sobre o monte das Oliveiras...



    Os exemplos poderiam multiplicar-se. Acrescentemos, apenas, que o monte Olimpo era a morada dos deuses gregos; Dioniso foi criado no monte Nisa e Zeus o foi no Monte Ida. Montesalvat do Graal está situado no meio das ilhas inacessíveis.

    Na realidade, Deus está sempre mais perto quando se escala a montanha.

    Pontos



    Em grego (Póntos), talvez da raiz * pent, ação de caminhar, o sânscrito tem, caminho, e o latim pons, ponte, passarela. Pontos é, pois, a marcha, o caminho, "os caminhos do mar". Personificado, passou a figurar como representação masculina do mar. Não possuindo um mito próprio, aparece apenas nas genealogias teogônicas e cosmogônicas. O mar simboliza a dinâmica da vida. Tudo sai do mar e a ele retorna, tornando-se o mesmo, o lugar de nascimentos, transformações e renascimentos. Águas em movimento, o mar simboliza um estado transitório entre as possíveis realidades ainda informais e as realidades formais, uma situação de ambivalência, que é a da incerteza, da dúvida e da indecisão, que se pode concluir bem ou mal. Daí ser o mar simultaneamente a imagem da vida e da morte. Cretenses, gregos e romanos sacrificavam ao mar cavalos e touros, ambos símbolos de fecundidade. Símbolo também de hostilidade ao divino, o mar acabou por ser vencido e dominado por um deus. Segundo as cosmogonias babilônicas, Tiamat (O Mar), após contribuir para dar nascimento aos deuses, foi por um deles vencido. Javé, tinha domínio total sobre o mar e seus monstros, como diz Jó 7,12:

    "Acaso sou eu o mar ou baleia, para me teres encerrado como num cárcere?"


    Criação de Deus (GN 1,9-10), o mar tem que lhe estar sujeito (Jr 31,35). Cristo dá ordens aos ventos e ao mar, e as tempestades se transformam em bonança (Mt 8, 24-27).



    João (Ap 21,1) canta o mundo novo, em que o mar não mais existirá.
    posted by iSygrun Woelundr @ 7:25 PM   0 comments
    IN PSICHES: Branca de Neve

    - A morte de Branca de Neve
    Cid de Oliveira - Astrólogo

    A palavra morte deve ser compreendida neste caso no seu sentido mais geral, segundo o qual pode-se dizer que toda a mudança de estado, qualquer que seja, é ao mesmo tempo uma morte em relação a um estado antecedente e um nascimento em relação ao estado seguinte. A iniciação é geralmente descrita como um segundo nascimento que implica, logicamente, na morte para o mundo profano. É bom lembrar que toda mudança de estado deve se passar nas trevas, no escuro, o que explica o simbolismo da cor negra quando relacionada a esse assunto. O candidato à iniciação deve passar pela obscuridade completa antes de alcançar a verdadeira luz. É nesta fase de obscuridade que se dá a chamada "descida aos infernos", que é uma espécie de recapitulação dos estados antecedentes, através da qual as possibilidades relacionadas ao estado profano serão definitivamente esgotadas, afim de que o ser possa, daí por diante, desenvolver livremente as possibilidades de ordem superior que ele carrega consigo e cuja realização pertence propriamente ao domínio iniciático. No nosso conto, Branca da Neve "morre" ou muda de estado, depois que come uma maçã. Come? Não. Ela se engasga. Os anões conseguem ressuscitar Branca de Neve por duas vezes, mas não são competentes para fazê-lo quando se trata da maçã porque, como explicaremos em seguida, ela representa, não uma provação de ordem corporal, e sim uma do domínio da inteligência, pois que é o fruto símbolo do conhecimento.
    posted by iSygrun Woelundr @ 6:25 PM   0 comments
    in budismo: Tao Te King

    O TAO
    O Tao (Dao) que pode ser pronunciado
    Não é o Tao (Dao) eterno
    O nome que pode ser proferido
    Não é o Nome eterno.
    Ao principio do Céu e da Terra chamo "Não-Ser"
    À mãe dos seres individuais chamo "Ser"
    Dirigir-se para o "Não-Ser" leva
    À contemplação da maravilhosa Essência;
    Dirigir-se para o Ser leva
    À contemplação das limitações espaciais.
    Pela origem, ambos são uma coisa só,
    Diferindo apenas no nome.
    Em sua Unidade, esse Um é mistério,
    O mistério dos mistérios
    É o portal por onde entram as maravilhas.
    Tao (Dao) Te King
    Lao Tzu
    O antigo teísmo chinês ensinava que no céu havia um deus de quem o mundo simplesmente dependia, um deus que recompensava os bons e castigava os maus. Além deste pai no céu - acompanhado pela mãe - terra, cuja presença jamais afetou basicamente o pensamento monoteísta, havia ainda uma série de espíritos da natureza e dos ancestrais. Apesar de dependentes do céu eles tinham, não obstante, as suas áreas específicas a cuidar, de modo semelhante aos funcionários subordinados ao rei.
    Com Lao Tzu, a eliminação definitiva do antropomorfismo religioso se iniciou. O Céu e a Terra não têm sentimentos humanos de amor. Para eles todos os seres são meros cães de sacrifícios feitos de palha, que na antiga China eram quiemados após os sacrifícios de oferenda.
    No entanto, Lao Tzu está longe de considerar o curso da natureza como algo acidental e desordenado. Dessa forma ele está livre de todo o ceticismo e pessimismo. Ele não luta apenas contra a religião popular, contudo a substitui por algo mais elevado, e que leva mais longe. Baseado na velha sabedoria dos livros das mutações, Lao Tzu reconhecera que a essência do mundo não é uma condição estaticamente mecânica. O mundo está em constante alternância e transformação. O Livro das Mutações mostra igualmente que todas as transformações se realizam segundo leis estabelecidas. A concepção do livro é de que a totalidade do mundo fenomenal está baseada no antagonismo complementar da polaridades das energias Yin, passiva, negativa e Yang, ativa, positiva. Estas energias encontram-se em contínua transformação. A unidade se divide e se converte em duplicidade, a duplicidade se une e torna a ser unidade. O que está no fim de tudo, no âmago de todas as mudanças, é a grande polaridade (Tai Gi), a unidade que transcende toda dualidade, todos os fatos e mesmo toda a existência. Essas mudanças se processam por meio de um caminho fixo e pleno de sentido (Tao), no caminho do céu (T´ien Tao), ao qual corresponde, na terra, o caminho do homem (Jen Tao)
    Confúcio buscava o caminho do céu. Para Lao Tzu, o caminho do céu não era ainda o mais elevado grau. O grau mais elevado e definitivo estava além da personalidade, até de que qualquer ser de algum modo perceptível ou definível. Não era também um nada, mas algo que se subtraía às formas do pensamento humano.
    Para uma coisa assim não há naturalmente, nome algum, já que todos os nomes só nascem da vivência; e essa coisa é, no entanto, o que primeiro possibilita as vivências. Denominou então essa coisa, por força da necessidade, "Tao", só para poder falar dela, pois não tinha como chamá-la e chamou-a igualmente de "grande". O Tao do céu e o Tao do homem sempre foram conhecidos, mas não o Tao absoluto. Tao significa caminho. Mas no sentido de Lao Tzu não se pode, sem mais nem menos, traduzi-lo por caminho ou senda. Há duas palavras chinesas para caminho. Uma é "Lu". Resulta da combinação dos símbolos para "pé" e " cada". É o que cada pé pisa, o caminho que resulta justamente do fato de ser percorrido. Transposto o seu sentido, essa expressão poderia ser usada para o conceito moderno de lei natural, que é do mesmo modo, aceita como existente, pois os processos ocorrem no sentido dessa lei. Outra palavra para caminho é Tao (Dao), que se escreve combinando os símbolos para "cabeça" e "andar". Daí resulta um significado substancialmente diferente do da palavra "Lu", isto é, o de um caminho que conduz a um objetivo; o de uma direção, de um caminho indicado, tendo, ao mesmo tempo, o sentido de "falar" e " guiar". Parece que este símbolo foi usado inicialmente para as trajetórias astronômicas dos corpos celestes.
    Falando do Tao (Dao), Lao Tzu preocupou-se em afastar tudo que pudesse lembrar algum tipo de existência. Desse modo, o Tao está num nível totalmente distinto de tudo quanto pertence ao mundo dos fenômenos. É anterior ao céu e à terra; não é possível dizer de onde vem; é anterior ao próprio sentido de Deus. Ele se baseia em si mesmo, é imutável e está em eterna circulação.
    Embora se negue existência ao Tao (Dao), ele, no entanto, também não é simplesmente nada. Porque do nada não pode surgir nada. É verdade que o Tao (Dao) não é temporal nem espacial. Olhando-o, não o vemos, escutando-o, não o ouvimos, e se quisermos tocá-lo, não o sentimos. Contudo nesse não ser espacial nem temporal está depositada, de algum modo a variedade. Mesmo não o vendo, ouvindo ou sentindo, há algo nele que corresponde a essa variedade dos sentidos; figuras, imagens, embora informes, imateriais. Ele se encontra então num nível que está além do ser e do não ser. Mas também não é tão irreal que as coisas não possam resultar dele.

    Comentários de Richard Wilhelm
    Do livro Tao Te King
    posted by iSygrun Woelundr @ 5:57 PM   0 comments
    mitologia nórdica: O Mistério de Hagalaz no Número Nove
    quinta-feira, outubro 12, 2006



    O número nove na Tradição Nórdica encerra todos os mistérios da origem do mundo na perspectiva dos povos germanos e escandinavos, como se poderá perceber ao longo da caminhada pelos nove mundos da Yggdrasil. Odin vagueou por entre os reinos que compõem a diversidade espiritual de uma tradição que sentiu e viveu o nove como o número Mãe ou a Matriz de toda a criação. No Futhark descobrimos esta simbologia na Runa Hagalaz, a primeira do segundo dos três Aettir (família) de sigilos, no percurso que assinala o “regresso” ao nosso passado como entidade espiritual (Orlog/Karma), constituindo também uma excelente oportunidade para elaborarmos a biografia da actual existência. No final da jornada, tomaremos contacto com o domínio das Nornas (Três Irmãs do Destino-wydr), assumindo parte da construção da nossa teia da vida.
    Se pensarmos no símbolo desta runa (ver acima), conhecida noutras representações pela sua forma de floco de neve, tornar-se-á perceptível a complexidade do seu significado. Terá sido este ideograma percebido pelo Deus da Sabedoria, Odin, ao cabo da longa viagem iniciática no Grande Freixo. Estando dependurado de cabeça para baixo, o campo de visão restringe-se e acentua a irrigação sanguínea no cérebro, criando um efeito muito especial que a ciência explica como sendo formação de fosfenos.

    Mergulho no Mundo dos Instintos
    Ao deixar de entender a existência como reflexo somente do mundo uraniano, Odin pôde recuar até às suas origens mais longínquas da sua contraparte espiritual, reencontrando-se com a sua força animal ao sorver as energias ctónicas oriundas do submundo, ou seja do Reino de Hel, a Deusa que rege o mundo dos espíritos ancestrais, tanto assim que se situa no ponto norte do eixo cósmico – lugar das memórias arcaicas. Em Helheim entramos na dimensão da magia das volvas (feiticeiras) e no domínio dos instintos, da paralisia e da inércia do inconsciente. Hel tem o tronco pálido e os membros inferiores brilhantes: representação do poder da morte e da vida.

    Este é o mundo dos mistérios escondidos e o doador de vida: o corpo é enterrado para poder devolver uma nova vida a quem falece. É força regenerada da serpente, como simbologia do ciclo eterno do Nascimento/Vida/Morte/Renascimento. Helheim é composto por vastos vales escuros que ladeiam o rio Gjoll e é guardado por Modgud (esposa de Heimdal, guardião da ponta do arco-íris e co-regente do segundo Aett) que só deixa passar quem revelar o nome e provar pelo sangue a sua descendência.
    O caminho de Hel é percorrido em nove noites – é o lado escuro da própria Yggdrasill onde se efectiva a iniciação de Odin–, sendo marcado por diversos obstáculos, encerra os segredos da existência e é onde as runas estão ocultas. Trata-se do espaço onde dorme o conhecimento da transformação.

    O Nove representa, neste caso, o ponto inicial da gestação do processo evolutivo dos que estão dispostos a largar a matéria entorpecente e da consciência racional. O Homem torna-se independente das forças externas e a demanda da divindade que habita no seu interior.
    A runa Hagalaz sendo o depósito do material inerte do caos e da força do inconsciente ajuda-nos, a encontrar os processos formativos do pensamento ao mais alto nível. Por isso, é a mãe que dá à luz um novo ser após o período de paralisia causado pelo gelo que nos obriga a recuar no tempo até à nossa cristalização, daí que represente o granizo - uma forma cristalizada de água que destrói pela violência da queda, mas em estado líquido regenera os solos para o cultivo. Ele nutre como a Grande Vaca Cósmica, a Mãe de todas as formas de vida.

    Nove Mundos, Nove Chaves
    Os nove mundos da Árvore do universo da Tradição nórdico-germana encerram uma história muito especial:

    Asaheim é a residência dos Aesir, o Grande Olho de Odin que observa os mundos e reina com as visões de Frigga sobre o futuro dos Homens; Alfheim alberga os elfos-brilhantes e estão próximos do Sol cósmico. Frey reina aqui e podemos senti-lo em cada raio solar, ele tem o valor do ouro, um metal precioso e raro nos subsolos da Germânia. Os Elfos luminosos contêm a alegria das crianças e encantam os dias de Verão.

    Midgard é onde todos nós estamos, o nível intermédio entre o Mundo Superior e o Inferior de Hel. Svartalfaheim pertence aos elfos-negros que trabalham o ouro, o sol que brilha na escuridão do interior da Terra. É aqui que pululam as forças telúricas que nos religam aos mundos insondáveis da nossa existência. Os anões vivem também aqui, mas trabalham o ferro, a dureza das emoções e controlam o subconsciente.

    Em Jotunheim reinam os gigantes, os primeiros seres do período do caos, as forças indomáveis da natureza e terreno inóspito de montanhas rochosas e gélidas. Vanaheim está no lado oposto a este mundo, a oeste, o lugar onde o sol morre e se vive o tempo em que o Homem dependia das "boas" relações com a natureza e com os mortos.

    Chegados ao final da jornada, percebemos que o número Nove, de acordo com a Tradição do Norte, potencia o processo dinâmico da evolução e nos oferece pistas para a perfeição, para o sentido do Todo. Mas antes de qualquer avanço, ficamos presos no cristal de Hagalaz, numa hibernação necessária à prospecção do que realmente somos e para onde queremos ir.

    As Nornas seguram as rédeas, mas somos nós que conduzimos o veículo da nossa vida.


    Hail, hail

    Valquíria
    posted by iSygrun Woelundr @ 7:25 PM   0 comments
    IN MITOLOGIA NÓRDICA: OS CAPACETES DOS VIKINGS, POR JOHNNI LANGER
    Nenhum povo da europa de origem indo-européia, seja Celta, germanos,
    eslavos, utilizaram capacetes com chifres para fins bélicos. Na
    europa, conheço indícios somente para os nuaregues (Sardenha) e
    micênicos (Grécia), ambos no mediterrâneo. Alguns povos celtas e
    escandinavos pré-vikings utilizaram elmos com chifres para fins
    religiosos e cerimoniais.
    existem dezenas de livros sobre Vikings que citam a sua não
    utilizaçào de capacetes chifrudos: alguns
    Os viquingues, de james Graham-Campbell, 1997, p. 35: "Os capacetes
    viquingues - que não tinham cornos". ele é a maior autoridade em
    arqueologia escandinava da atualidade, acho que não precisa postar
    mais bibliografias que citam rapidamente a mesma coisa.

    Para maiores detalhes, só existem dois artigos especializados:

    "The Origin of the Imaginary Viking" by Johnni Langer in Viking
    Heritage Magazine n. 4, Gotland University, December 2002
    http://www.abrem.org.br/viking.pdf

    "The Invention of the Viking Horned Helmet" by Roberta Frank in
    International Scandinavian and Medieval Studies in Memory of Gerd
    Wolfgang Weber (2000), edited by Michael Dallapiazza et al. Não
    disponível na web.

    Pequeno ensaio na web, que cita estes dois artigos:
    Did Vikings really wear horns on their helmets?
    http://www.straightdope.com/mailbag/mhornedhelmet.html

    JOHNNI LANGER

    REVISTA BRATHAIR DE ESTUDOS CELTAS E GERMÂNICOS
    http://www.brathair.com
    posted by iSygrun Woelundr @ 4:11 PM   0 comments
    magia: Tradição Feri e a Questão da Bruxaria Tradicional
    Fui durante muitos anos da minha adolescência admirador do mais querido e fiel discípulo de Victor Anderson, o poeta-eremita Gwydion Pendderwen (Tom deLong), mas o que conhecia era sempre de fonte literária por vezes secundária. O próprio Anderson era um poeta-vate, como mostra o seu livro-colectânea de poemas Thorns of the Blood Rose. A sua “rosa” não era, contudo, a dos piedosos rosacrucianos mas uma outra rosa, aquela que os Tudor punham nos seus brasões: a rosa luciférica! Não deixa de ser importante realçar que Victor teve uma iniciação cuja morfologia e fenomonologia parece ser do tipo de “iniciação astral”, tendo tido um efeito poderoso e transformador na sua vida, recebendo ensinamentos por uma via que estava no limbo das visões e dos sonhos. Foi, pelo que parece, pela infusão gnóstica dessa iniciação cruzada com a sua experiência voodoo de Houngan, que terá estruturado o manancial de sabedoria esotérica sobre qual fundará o seu grupo de trabalho.

    São muitos raros os casos até hoje documentados de encontros visionários-iniciáticos com o Deus de Chifres, no mesmo nível de experiências com que falamos hoje no Catolicismo de visões próximas do tangível de Jesus e Nossa Senhora , tal como ilustram os casos de Teresa D´Ávila, o casos de Fátima e de Lourdes, entre tantos outros advindos dessa e de outras religiões monoteístas. Anderson, juntamente com Vivianne Crowley, Rosaleen Norton e Olívia Robertson, da Fellowship of Isis, são os casos únicos que conheço destes encontros poderosos, visionários e tangíveis com o Númem da Arte.

    A Tradição Feri
    A origem da tradição Feri é visionária e extática e não é por acaso que Victor Anderson escolheu o termo Fairy, mais tarde mudado por Pendderwen para Feri para o distinguir dos trabalhos que estavam a ser desenvolvidos nessa mesma altura em Inglaterra por R.J. Stewart. A palavra inglesa fairy vem do antigo francês “fate”, que significa Destino, e tem as suas raízes etimológicas no latim “fatum” que significa "o que falou". Esta origem oracular e extática do “Fatum” não deixa de ser o paradigma originário da experiência de Anderson: ele fala não a partir de uma tradição mas pela voz oracular, pelo Fatum ou Feri. De certa maneira a cegueira com que Victor Anderson nascera não deixa de ser correlata à cegueira dos Aedos gregos que vertiam os oráculos e eram guardiões das tradições orais e, assim, do destino de seu povo.

    Anderson chamava à sua prática esotérica “ciência devocional”! Não lhe chamava bruxaria! A ênfase que punha numa relação directa intensa com os Númens de que ele era o comunicador/canal levara-o a enfatizar a importância da relação intensamente emocional com os Devas Tutelares da sua Tradição como condição primeira de uma relação genuína com a Sabedoria. Não há dúvida que os seus Numens eram as Hostes Luciferinas, mas ele dava-lhes um glamour de inspiração irlandesa chamando-lhes de Feri. Isto tudo acontece numa época em que, simultaneamente, Gerald Gardner preparava nos anos quarenta o Wicca. Lembre-se, porém, que o impulso de ressurreição da bruxaria numa perspectiva iniciática estava a preparar-se já muito anso antes com Austin Osman Spare. Nessa década de quarenta o próprio Anderson e John Parsons, pelo menos entre os mais conhecidos e que vieram à esfera do público, atarefavam-se no mesmo. Contudo, desde a aparição dos livros de Margaret Murray se vinha desenvolvendo em muitos ocultistas, lembre-se de Brodie-Innes por exemplo, a intuição de que era chegado o momento de dar estrutura formal a um movimento que despertasse os impulsos mágico-iniciáticos da Bruxaria, que estava ser recuperada desde o sec. XIX entre a mentalidade culta e universitária do mundo anglo-saxónico como herdeira clandestina dos Mistérios Ancestrais do Paganismo Europeu.

    A Questão da Bruxaria Tradicional
    Pergunto-me muitas vezes que impacto terá tido Anderson nos meios da Bruxaria Tradicional cujas origens formais encontramos manifestadas na Inglaterra dos inícios do século XX, embora o seu impacto sociológico tenha sido muito recentemente com as simplificações ingénuas e new-age de Starhawk e sem o seu Luciferismo de base. Na realidade a Reclaiming parece ter tido teve uma forte influência da filosofia mágica Feri como se pode ver em Starhawk e Thorn Coyle. E digo isto porque é em Anderson que encontramos a primeira referência séria de prática de bruxaria que se apresenta como centrada à volta de Melek Taus e Azazel, tão cara hoje, após a sua pública assunção primeiro por Paul Huson e depois por Andrew Chumbley, a todos os praticantes e candidatos a bruxos tradicionais que não se revêm nem na bruxaria popular, seja ela de faceta pagã ou de faceta etnográfica representadas nas nossas curandeiras do povo, quer na bruxaria wiccan.

    Um segundo elemento a realçar na prática Feri que se desenvolveu com Penderween é a sua ênfase xamânica e a influência das práticas voodoo no seu arsenal filosófico e ritualista. O detentor do êxtase na Tradiçao Feri é considerado um Fey, um ser participando da androginia primeira dos mundos, entre os mundos, nos limbos, no interstício dos universos, como os hedge-witch, os taltos, os benandanti, do passado histórico da bruxaria sobrenatural e visionária como a historiadora Eva Pocs a veio a cunhar.

    Nestas questões subjacentes à Tradição Feri de V. Anderson será interessante reflectir sobre os seguintes itens:

    1- Que virtude poderá ter uma iniciação astral e visionária face a uma iniciação directa seja por via individual (um Mestre, um Magister, etc.) ou de uma iniciação corporativa, tantas vezes tão obsoleta?

    2- De onde vem esse tipo de Iniciação e quem a confere?

    3- Que significa Melek Taus e Azazel, duas figuras cujas origens se encontram fora do círculo genealógico do paganismo de que se reivindica o Wicca e grande parte da bruxaria moderna, no contexto de práticas de bruxaria cujo fundo espiritual é de origem gnóstico?

    4- Que similitudes poderá haver entre as práticas Voodoo e algumas práticas de bruxaria europeia que tenha levado figuras da tradição Feri a apoiar-se nela para apoiar a sua Tradição?

    5- Que relação existe entre o Fey e o Wittan visto e vivido como fora do social e em relação extática com o divino?

    Sabazius
    posted by iSygrun Woelundr @ 4:07 PM   0 comments
    AZOETIA, UM LIVRO TALISMÃ DO CULTUS SABATI
    quarta-feira, outubro 11, 2006

    O “Azoetia, A Grimoire of the Sabbatic Craft”, de Andrew Chumbley, será provavelmente o livro que ficará na historia da Magia do século XX, ao lado de alguns e raros outros livros como o "Magick" e o "Al Vel Legis" de Aleister Crowley. Para quem nunca teve este livro na mão é necessário esclarecer que defini-lo apenas como um livro, pura e simplesmente, é corrermos o risco de enganar-nos e atraiçoar o seu autor e confundir o interlocutor que nos lê e escuta. Dessa forma menor não se compreenderá nem alcançará o que ele significa no contexto esotérico e estético-literário se continuarmos a afirmar que estamos diante de um mero livro, por muito audacioso e genial que ele seja. Nós estamos diante do que se chamam os "livres-objects" e que foi uma das grandes paixões dos esoteristas ingleses, sobretudo depois de Willian Morris. Porém, eu chamaria antes a estes livros: “livres-talismans”. Em primeiro lugar é necessário saber que A. Chumbley se encontra numa corrente de esoteristas-artistas que vem de Willian Blake epassa, mais tarde, por Willian Morris e A. Osman Spare. Mas, a sua origem é mais remota: nos papiros mágicos egípcios e caldaicos que ele havia estudado e examinado, e que tanto gostava de meditar e tantas vezes o inspirou. Antes de falecer ele tinha uma palestra marcada, se bem me lembro, no Museu de Bruxaria de Boscatle, na Cornualha, Inglaterra, precisamente sobre as raízes caldaicas da bruxaria. Todas essas influências têm uma característica comum: a importância que a imagem tem, sobrepondo-se por vezes sobre o texto, e criando uma dupla leitura e uma ambiguidade estética que Empson nos seus “Seven Types of Ambiguity” considerava ser a raiz da Poesia. Pois é preciso dizer ao leitor que ainda não teve a sorte do Numen o conduzir a um destes talismãs-livros e de ler-ver-amar este texto, que Chumbley raramente escreve em prosa a não ser para comentários. Ele escreve sempre em poesia, seja verso livre ou verso rimado, com um estilo que nos lembra por vezes Ezra Pound. Todos esses elementos estético-esotéricos, pois desde a pré-história o factor estético esteve sempre aliado à magia e aos mistérios- religiosos, deixaram um lastro profundo na sua obra e na sua maneira de pensar. Ela está bem clara no carácter densamente intelectual e poético do seu trabalho.Assim, o Azoetia não é um livro. Pelo menos não é um livro comum, não só no conteúdo como na forma! Nem o seu autor queria que assim fosse. Tanto não é um livro comum que ele nunca quis nem permitiu que fosse traduzido, pois a língua inglesa era a chave da sua obra, de um inglês tão erudito e rico de arcaísmos que é por vezes intraduzível noutra língua. Nesse aspecto não há dúvida que Chumbley bebeu no espírito estético de Crowley, no seu hermetismo literário e na sua preocupação dandy com a forma do livro como uma sepultura de tesouros mágicos ao bom estilo do mito da sepultura de Christian Rosenkreutz.Todos os livros de Crowley são cuidadosamente impressos como fossem um talismã e nascidos como uma criatura. Dizem os textos rituais por ele usados: «Criatura dos Talismãs, tu que há longo tempo habitaste nas trevas, deixa as trevas e vem para a Luz». Nascer um livro é nascer uma criatura, trazê-la para a Luz. Por isso se compreende a importância que têm os sigilos, signos, sinais mágicos, sobretudo da segunda edição do Azoetia, que é a mais elaborada sob o ponto de vista estético.Chumbley não só escreveu este livro como também o desenhou. Mas também organizou e alterou muitas vezes as suas provas tipográficas, num estilo de escritor-artista que vem já de Thomas Mann. Lembre-se para compreender o elevado génio deste homem de coração tão nobre como de sabedoria tão pungente, que ele o escreveu-desenhou num período muito recente da sua juventude. Ela é uma obra de juventude, no mesmo sentido que usamos hoje esta expressão entre diletantes e “connaisseurs de arte” para as obras de Giotto ou Francis Bacon.O acto da escrita não tem nele o sentido prático-gramatical em que ele é usado na escrita de hoje. É uma escrita propositadamente hermética, fechada e auto-suficiente, ao estilo dos textos funerários egípcios, do “Variations” de Mallarmé. Ele foi muito escrupuloso como Cunning Crafter em matéria de arte hermética. Não se trata de uma arte qualquer mas de um objecto-criatura nascida da Arte, trazida da essência primordial do Azoth, no sentido de Craft e Cunning, que os feiticeiros do Essex bem conhecem, isto é, no sentido que Loki tem nos mitos nórdicos ao arrancar e premiar com os seus talismãs de poder. Ler as suas obras é, por isso, necessário desaprender a ler, a narrar, é preciso matar cainisticamente as suas referências. Ler as suas obras é Ver.Nada é deixado ao acaso neste livro desde o número das suas páginas, o número de edições, o número e natureza das imagens. Tudo faz parte do Todo. Tudo faz parte de uma Cifra. Por isso, a raiz deste livro-arte é o alfabeto, os Aats que soletram o verbo primal ao longo do percurso desta serpente alfabética que se desenrola pelo feitiço da leitura, do canto, do hino e do êxtase, como uma espiral de ADN, o ADN dos nascidos do sanguebruxo e revelado a partir da essência imortal do Azoth.Lembremos que Chumbley pensava em termos de produção literária como um artista, um pouco ao estilo de Lawrence Durrell, o autor do Quarteto de Alexandria, com múltiplos planos interceptados na mesma narrativa mas com a imponência textual encantatória de um Kavafis e de Marguerite Yourcenar. Não estranha que as imagens que o acompanham sejam tão ou mais importantes que a letra do livro, numa tradição, de que ele era muito consciente, que vem de Austin Osman Spare e da corrente tardo-simbolista inglesa como a de Aubrey Beardsley. Crowley também já havia seguido esse primado do livro como objecto-talismã, pelo esmero que colocou na composição visual do livro como “The Book of the Path of the Camaleon” usando cores flamejantes para atrair as forças etéricas ao livro e torná-lo um portador de Força Numinosa, pela inquietação da riqueza sigilar dos seus The Equinox. Por outro lado, a tendência para obras de pequena produção e ricamente ornadas que a Xoanon persegue, a editora dos livros do Cultus, já está na filosofia da Dove Press, que em 1970, contra a politica comercial de alienação do livro de consumo, tipografa os “Hymn to Lucifer” de Crowley, apenas com 22 exemplares, cheio de desenhos sigilares, selos, e oito simbólicas ilustrações do desenhador russo Nicolas Kalmakoff. Mas, claro que a origem está em Blake e no esforço de produção de obras de arte do Movimento Craft and Arts de Willian Morris, que muito influenciou a sensibilidade esotérica da Craft.O título deste livro não é contudo Azoetia, mas Azoetia: A Grimoire of the Sabbatic Craft. Isso é importante! Um grimório é uma gramática, uma “grammar” como diziam os antigos medievalistas, que Sir Walter Scott chamava "gramarye". Esta espressao tem a ver com a grama, a erva, a jardinagem. Tem a ver com Qayin o primeiro agricultor, aquele que assassina com a letra-grama que segundo os mitos nasceram das árvores, ou a letra-sangue ( Blood-Letter), e desencadeia um processo errático na língua (a língua bifurcada de serpente que ele tanto celebra no seu Draconian Grimoire) e que tem a natureza duma busca infinda do Ser. Embora o livro possa ser lido por qualquer pessoa corre-se o risco de estar a olhar sem ver e a ler sem compreender, por muito boas que sejam as intenções do discurso popular de catequese e doutrinação paroquial dizendo que ele é mesmo assim compreensível. Decididamente ele não é. Isso não significa que possa ser lido, percebido, embora não entendido. Que possa ser macaqueado mas não imitado, no sentido da “imitatio” dos pitagóricos; ou da Die Imitatio Christi de Nietzsche; ou com Albertano de Brescia que canta: «imitatio reddit Artifices aptos». Não é, por isso, a compreensão-percepção da Gnose, que faz saltar a cabeça dos ombros ao bom estilo do assassínio bíblico de Abel que os mitos, sem ser por acaso, dizem ter sido executado fracturando-lhe a cabeça. Além disso, no livro não são mencionados muitos contextos que fazem parte do Adepto do Cultus e tornariam não só inteligível como operativas as chaves do seu sistema.O Conhecimento que não nos faça saltar esta cabeça dos ombros não vale a pena ser buscado. Embora as palavras deste Talismã feito de Letras e Imagens possam ser macaqueadas, imitadas, soletradas, não significa que estejam a ser usadas com Arte e Engenho. No fundo só estará a ser usado como passatempo lúdico, como verborreia, como ruído. Porque o Livro está cheio de interstícios e limbos literários, esotéricos, gramaticais, imaginais, ao bom estilo dos textos gnósticos. Ele é uma Cifra.Ele é inacessível a quem não tenha bons conhecimentos de arte, geometria, matemática, literatura, religião, etc. Mas, mesmo assim, esse acesso é apenas de fora, como quem vê uma catedral gótica e a lê pelo cannon da sua cultura artística. Neste sentido ele pode ser lido mas não significa que possa ser com-preendido. Mais: que possa ser integrado e apreendido, de forma que quem lê e aquilo que é lido se tornem um só: o Fogo, o momento de incandescência da Sabedoria.Com o baixo nível de cultura esotérica e artística do mundo moderno será de certeza um livro para ficar no mundo enigmático das obras de arte ao lado de tantas outras obras geniais como o Ulisses de James Joyce. Qualquer um pode ler também este fulminante Joyce. Mas será capaz de o compreender, mesmo que saiba soletrar as suas palavras e seguir o carreiro tortuoso e depurado das suas frases? Seguir o carreiro de tijolos amarelos da Alice nem sempre leva ao Feiticeiro de Oz.
    posted by iSygrun Woelundr @ 11:49 AM   0 comments
    A MOÇONARIA RUSSA, PART TWO.

    Em 1810 o Ministério da Polícia exigiu aos dirigentes da Maçonaria uma cópia das Constituições e rituais. Em 1812, após uma análise destes documentos, as autoridades constataram o alto patriotismo e o claro apoio à investidura do Imperador que professavam os maçons russos. No entanto, após a derrota de Napoleão I em 1814, 571 franco-maçons russos, incluindo 62 generais e 150 coronéis, confraternizaram maçônicamente com os seus irmãos franceses em Paris. Ao regressar a Rússia, segundo alguns autores, traziam consigo a semente contra o regime absolutista. O prestigioso investigador maçônico Boris Telepneff escreveu que existiam provas conclusivas de elementos perigosos infiltrados em algumas lojas russas.11 A mesma opinião teve o maçom Chefe da Polícia, IgorKushelev, quem recomendou que, ou as lojas deviam ficar sob controle do governo ou deviam ser fechadas. Como já fora referido, o czar optou por proibir a maçonaria, sentenciando –no meu particular entender e a título meramente especulativo- a sorte da monarquia russa um século depois, quando o comunismo tomou o poder em 1917 e assassinou a toda a Família Imperial. Esta idéia se baseia na seguinte tese: se a maçonaria não tivesse sido proscrita e, se em vez de assumir o reinado Nicolai I (o reacionário irmão de Alexandre I) o teria feito o maçom Constantino (o esposo da “Constituição”, como diziam os soldados) assumindo o caracter de protetor da Maçonaria Russa e estabelecendo uma monarquia constitucional, talvez a dinastia dos Romanov teria sido preservada e outro houvesse sido o destino do país.
    A historiadora russa Tatiana Bakunin, citada por Jean-François Var e por Valerian Obolensky, reunindo provas documentais tratou de reconstruir a lista completa de membros da maçonaria russa desde os seus inícios até 1822. Ela estima o seu número em 4.000 ou 5.000 pessoas, tendo registrado documentalmente uma lista de 3.267 nomes, incluídos quatro metropolitas (prelados de metrópole), entre eles Filareto, dois arcebispos, cinco arciprestes e três arcimandritas (abades de mosteiro).
    Em dezembro de 1825 teve lugar uma revolta contra as autoridades que depois seria conhecida como a “Revolução Dezembrista”. Alguns dezembristas eram maçons, como o coronel Batenkov, que foi deportado à Sibéria por 30 anos, porém a maioria não. Tal o caso do maior poeta russo Alexandre Pushkin, iniciado na Loja Oviedo em 4 de maio de 1821 sob o rito escocês.12 Todavia, os seus poemas lhe valeram o exílio, como o dedicado a Chaadaev, que finaliza dizendo: “And on the ruins of autocracy / Will inscribe our names”. É interessante salientar que esta Loja Oviedo não foi clausurada pelo “ukase” de Alexandre I porque se aceitou que a sua jurisdição pertencia à maçonaria da Romênia.
    O czar Nicolai I confirmou, em 21 de abril de 1826, o decreto proibindo a franco-maçonaria, ficando restrita ao âmbito clerical e intelectual. Inicia-se para a maçonaria russa uma longa noite onde é muito difícil rastrear o funcionamento de lojas neste período, que está registrado pelo escritor Aléxis Pissensky (1821-1883) em seu romance “O Maçom”. Segundo Telepneff, sempre houve lojas em Kiev, Poltava, Odessa e outras cidades do interior.
    Particularmente interessante resulta a postura do escritor Leon Tolstoi. Lembremos que em seu romance “Guerra e Paz” o conde Pierre Bezukhov é aceito na maçonaria, cuja cerimônia ritualística está descrita com todos os detalhes, sem por isso revelar qualquer segredo maçônico. O Venerável Mestre da Loja lê a Pierre umas palavras de boas-vindas, cuja parte principal diz: “Em nossos templos, não conhecemos outros graus salvo os que estão entre o vicio e a virtude. Cuida em não criar uma diferença que possa perturbar a igualdade. Socorre aos irmãos, quaisquer que eles sejam. Levanta o que cair e não alimenta jamais algum sentimento de cólera ou de ódio contra um irmão. Sê benevolente e afável; provoca em todos os corações o fogo da Virtude. Divide tua felicidade com teu próximo e que a inveja não perturbe jamais esse prazer puro. Perdoa a teu inimigo; não te vingues nunca, a não ser refazendo o bem. Cumprindo assim a lei suprema, encontrarás os traços da grandeza antiga que tinhas perdido”. (Guerra e Paz, parte V cap. IV Ed. Ediouro, Rio de Janeiro). A época na qual se desenvolve esta história é nas vésperas das guerras contra Napoleão. Alguns autores dizem que Tolstoi, para descrever o ritual de iniciação, baseou-se nos documentos seqüestrados pela polícia quando da clausura das Lojas em 1822. Outros afirmam que ele mesmo foi maçom (como o seu parente conde general Alexandre Ostermann Tolstoi, que se sobressaiu na batalha de Borodino contra as tropas napoleônicas) e por isso pôde escrever tão detalhadamente sobre o assunto. Todavia, a pesar de que Tolstoi figure como ilustre maçom nas listas de algumas Lojas (como por exemplo, dos Estados Unidos), entendemos que não o foi. Nesse sentido, o historiador especializado na biografia de Tolstoi, Walter Moss, da Eastern Michigan University nos enviou uma correspondência via correio eletrônico dizendo que: “ No, (he was not a mason), but he was interested in it when he was writing War and Peace because freemasonry attracted many intellectuals in the 1805-1820 period when the novel is primarily set...and (Tolstoi) wrote to his wife when he was working on it in 1866 that the Masons were all imbeciles”.
    Um capítulo especial merece o relacionamento da maçonaria russa com a Igreja. Nesse ponto, vamos seguir principalmente a opinião de Jean-François Var, historiador maçom e Diácono da Igreja Ortodoxa da França.13 Diz este autor que não há nem pode existir uma posição oficial, única e unânime da Igreja Ortodoxa perante a maçonaria como tampouco frente às demais questões colocadas no mundo, pois a Igreja Ortodoxa, diferentemente da Igreja Católica romana, não está constituída unitariamente. Qualquer definição dogmática deve provir de um concílio ecumênico e só foram realizados sete, entre os anos 325 e 787. Obviamente, neles nunca houve um pronunciamento sobre a maçonaria. Logo depois veio o cisma de 1054 que dividiu a Cristandade em um Oriente Ortodoxo e um Ocidente Católico. A Igreja Russa, subordinada a Constantinopla, ficou independente em 1448, declarando-se autocéfala e elegendo o seu primeiro metropolita: o de Moscou. Assim nasceu a idéia de que a “primeira Roma” era herética, a segunda (Constantinopla) tinha caído nas mãos dos turcos, então Deus havia suscitado uma “terceira Roma”: Moscou, e um novo imperador para defender a verdadeira Fé. Foi quando os príncipes moscovitas assumiram o título de “czar” (César em russo) e consideraram que tinham legítimos direitos a assumir como próprio o símbolo da Águia Bicéfala (tão caro ao simbolismo dos últimos altos graus do Rito Escocês Antigo e Aceito da Maçonaria).14 Em 1589 a Igreja se transformou em patriarcado e a Pentarquia Ortodoxa ficou assim constituída: Constantinopla, Alexandria, Antioquia, Jerusalém e Moscou. A maçonaria que se desenvolveu nos quatro primeiros territórios sofreu, na sua dupla condição de maçônica e cristã, a perseguição por parte da dominação turco-otomana. Na Ortodoxia Russa, ao contrário, achou um campo fértil para sua expansão, sobretudo a partir de 1776.
    Constitui um fato de grande importância que Filareto pertencera à Maçonaria. Como metropolita de Moscou ocupava a sede mais elevada da Igreja Russa; teria sido Patriarca se esse titulo não houvesse sido suprimido por Pedro I. Ocupou o cargo brilhantemente durante 40 anos. Foi filólogo, especialista nos Padres da Igreja (sobretudo gregos), conhecedor da escola espiritual francesa do século XVIII, de Fénelon (prestigioso escritor e arcebispo católico de Cambrai) e renovara na Rússia os estudos eclesiásticos. Realizou a tradução da Bíblia para o idioma russo (de 1816 a 1820) patrocinado pela Sociedade Bíblica na qual colaboraram muitos maçons ilustres. Todo isto sugere que houve na Rússia uma verdadeira interação e quase uma simbiose entre a maçonaria e a religião, o melhor ainda, a Igreja mesma. E se, como vimos, a maçonaria foi proibida em duas ocasiões, foram por motivos políticos nos quais a Igreja não teve nada a ver. Infelizmente, em 1822 finalizou uma época excepcional que foi testemunha deste raro fenômeno: um movimento espiritual (a maçonaria) vindo do exterior tinha logrado que a alma nacional russa voltasse às suas raízes já quase esquecidas. Se existiu tal harmonia entre a Maçonaria e a Ortodoxia russas, talvez fosse pelo caráter místico dessa maçonaria e a que o próprio Cristianismo Ortodoxo seja místico por natureza.
    Por estas razões as igrejas ortodoxas nunca condenaram, seja em conjunto, seja individualmente, à maçonaria. O Patriarca Atenágoras I foi maçom grau 33° diferenciando-se dos pontífices da Igreja Católica romana que sim o fizeram várias vezes desde que o Papa Clemente XII ditou a Bula “In eminenti” em 28 de abril de 1738 proibindo aos católicos se filiarem à maçonaria sob pena de excomunhão; norma do direito canônico que surpreendentemente continua vigorando em pleno século XXI conforme declaração do Prefeito da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé (ex Inquisição), Cardeal Joseph Ratzinger, ratificada pelo Papa João Paulo II em 26 de novembro de 1983, e nunca revogada até hoje.
    Chegamos agora nos inícios do século XX. Em 1906 destacavam-se em São Petesburgo a Loja Estrela Polar e em Moscou a Loja Renovação. Esta maçonaria estava composta por intelectuais, burgueses, liberais, cientistas, escritores, militares, clérigos, alguns nobres, etc. Uma das lojas estava constituída unicamente por oficiais de idéias liberais e outra exclusivamente por deputados (KaDets). Antes da revolução bolchevique de 1917, existiam trinta Oficinas que logo depois desapareceram perseguidas pelo comunismo. Leon Trotsky chamou a maçonaria de “uma concepção ideológica burguesa contrária aos interesses da ditadura do proletariado que tende a estabelecer um Estado dentro do Estado”. Nesta mesma linha, o IV Congresso da Internacional Comunista declarou: “A Maçonaria é o engano mais infame que lhe faz ao proletariado uma burguesia inclinada para o radicalismo. Temos a necessidade de combati-a até o extremo”. Com efeito, a maçonaria russa foi exterminada totalmente durante a ditadura comunista. E pensar que houve quem acreditasse que a maçonaria fosse a vanguarda internacional do bolchevismo! Nada mais errado: esse comunismo torturou e assassinou mais maçons do que todas a perseguições realizadas pela Inquisição contra membros da Ordem. O escritor Valerian Obolensky apresenta uma extensa lista de maçons russos que conseguiram fugir ao exterior após a revolução comunista,15 entre eles: príncipe Vladimir Obolensky; príncipe Vladimir Bariatinsk; Peter Bark (último Ministro da Fazenda do czar Nicolai II); Ossip Bernstein, maestro internacional de xadrez; príncipes Paul e Peter Dolgoroukov (executados no exterior por comunistas russos); Grande Duque Alexandre (Sandro) Romanov; Marc Chagall (artista); Alexandre Davidoff (descendente dos “dezembristas” Trubetzkoy e Davidoff); Alexandre Naumov (Ministro da Agricultura do czar Nicolai II); Kristof Kafián (músico, presenciou a clausura da ultima Loja russa em Paris em 1971; disse “estamos cansados”); príncipe Grigory Lvov; e outros. Resulta um paradoxo que hoje em dia os comunistas russos responsabilizem à maçonaria do colapso da antiga União Soviética, acusando a Gorbatchov e a Yeltsin de serem maçons.
    Como todo o mundo sabe o comunismo implodiu no final dos anos oitenta e então, pouco a pouco, começaram a surgir as oficinas maçônicas nos países que tinham vivido sob a Cortina de Ferro. No dia de São João do ano 1995, no edifício do Sindicato de Professores de Moscou, sob os auspícios da Grande Loja Nacional da França, procedeu-se a reinstalação da Grande Loja da Rússia, após 173 anos de proibição governamental. Os maçons russos presentes eram cientistas, oficiais do Exercito e da Marinha, jornalistas, escritores, homens de negócios e acadêmicos, representando, como seus colegas ingleses em 1717 as quatro Lojas fundadoras: “Harmonia” e “Nova Ástrea” de Moscou; “Gamaioun” de São Petesburgo y “Lotus” de Voronezh. A “tenida” (em espanhol: reunião de maçons) foi presidida pelo Grão-Mestre da França Claude Charbounniaud e logo em seguida foi eleito Grão-Mestre Georgy Dergachov, pessoa muito ligado às autoridades da Igreja Ortodoxa Russa pela sua condição de Professor de Filosofia Religiosa da Universidade de Moscou.16 Como Grão Secretário foi eleito Vladimir Djangurian. A Grande Loja da Rússia é, com seus onze fusos horários, a maior jurisdição territorial maçônica do mundo e está reconhecida, entre outras, pelas Grandes Lojas de Portugal, Nova Iorque, Alemanha, Áustria, Hungria e França. Em 6 de julho de 1996 foi instalado em Moscou o Supremo Conselho de Soberanos Grandes Inspetores-Gerais do Grau 33° do Rito Escocês Antigo e Aceito, estando presentes os Soberanos Grandes Comendadores da Bélgica, Brasil, Turquia, Polônia, Romênia e Irã no exílio. Como primeiro Soberano Grande Comendador de Rússia foi instalado Vítor Kouznetsov, 33°.
    Finalmente, no ano do ressurgimento da Ordem em Rússia, quem visitou a imponente Catedral de Kazan, com sua fachada similar à Basílica de São Pedro no Vaticano,17 pôde apreciar em seu interior uma sala destinada à exibição de objetos maçônicos. Eram mais de cem artigos entre livros, estandartes, malhetes e aventais. Nenhum lugar simboliza melhor a maçonaria russa do que a Catedral de Kazan: em sua cripta, o General Kutuzov, pai da Pátria, havendo servido lealmente ao seu Imperador, descansa no Oriente eterno junto as três Luzes que guiaram a sua vida: A Rússia, a Igreja e a Maçonaria.
    posted by iSygrun Woelundr @ 11:36 AM   0 comments
    Chapeuzinho Vermelho.

    A estória do Chapeuzinho Vermelho tem muitas versões.”A imagem de uma menina “inocente” e encantadora sendo engolida por um lobo deixa uma marca indelével na mente.”
    A versão mais popular deste conto é a assinada pelos Irmãos Grimm, Chapeuzinho e a vovó voltam a viver e o lobo sai castigado exemplarmente.

    Perrault foi quem escreveu a primeira versão deste conto:”Capinha Vermelha”.O especialista em contos infantis mais abalisado,Andrew Lang, opina que se todas as versões de Chapeuzinho Vermelho terminassem como a versão de Perrault terminou,seria melhor que as abandonássemos.Foi com os Irmãos Grimm que este conto teve a sua salvação e se transformou no conto de fadas mais divulgado dentre todos eles.A estória de Perrault possui um adendo que é desconhecido das outras versões.Um pequeno poema se segue após a avó e a neta terem sido devoradas pelo lobo e este poema tem uma MORAL a ser guardada : meninas bonitinhas não devem conversar com quem não conhecem,se o fazem , não é de se admirar que sejam “devoradas”.

    Quanto ao comportamento dos “lobos”, os mais gentis são os mais perigosos, principalmente os que acompanham as menininhas até ás suas casas. Perrault gostava de colocar MORAL em todos os seus contos .A estória de Chapeuzinho Vermelho , foi baseada em uma estória muito antiga que chega ao MITO DE CRONOS, que devorava os seus filhos que depois saiam da sua barriga colocando nela, em seus lugares, montes de pedras.

    A versão de Perrault contém falhas, Chapeuzinho não foi advertida por ninguém para não perder o seu tempo conversando com estranhos encontrados no seu caminho.A vovó também, coitada, não havia cometido falta alguma que merecesse o castigo de ter morte tão cruel.A versão de Perrault, enfim, não deixa margem para que a imaginação do leitor entre em campo para dar um significado pessoal á estória.Perrault especifica todas as ações da trama não sobrando nada para o campo da imaginação entrar em ação.Contrariando o que o autor desejava, o que acontece é que o leitor chega a duas conclusões: ou Chapeuzinho é estúpida ou deseja ser seduzida e se finge de estúpida, a imagem de uma mulher decaída e cheia de truques!

    O valor dos contos infantis para a criança é destruído, quando o autor “mastiga” os detalhes os traduzindo para a mente infantil lhe poupando o trabalho de fazer uso da sua imaginação.Há especialistas que pedem , inclusive, que as estórias redigidas para o publico infantil não sejam ilustradas, as ilustrações “cortam “, limitam a imaginação e a criatividade da criança.Os bons contos de fadas têm significados em muitos níveis; só a criança pode saber quais os significados importantes para elas.Á medida que vai crescendo ,relendo os contos, ela irá descobrir novos significados o que lhe dará a certeza de que evoluiu e amadureceu em compreensão,já que a mesma estória lhe mostra agora outros aspectos que não havia considerado anteriormente.Assim, os contos atingem a sua missão: a criança é quem irá descobrir,por si mesma, os significados ocultos nos textos.

    A IDEIA MESTRA DO CONTO CHAPEUZINHO VERMELHO

    “A idéia de que Chapeuzinho lida com a ambivalência infantil entre viver pelo princípio do prazer ou pelo da realidade é sustentada pelo fato dela só parar para colher flores “quando já juntara tantas que não podia mais carrega-las”.A vovó só é recordada quando o prazer de colher flores termina, aí, Chapeuzinho se lembra da sua meta: a avó e fazer-lhe uma visita,isto é só quando colher flores e o prazer que isto lhe traz termina, o id em busca de prazer recua e Chapeuzinho passa a tomar conhecimento das suas obrigações.”Chapeuzinho é na realidade uma criança que já luta com problemas pubertais, para os quais ainda não está preparada emocionalmente pois ainda não dominou os problemas edípicos.”

    Chapeuzinho, porém é mais madura do que João e Maria,demonstrando uma atitude interrogativa diante do mundo que os dois irmãos desconhecem, por não se questionarem sobre a casa de biscoitos,nem explorarem as intenções da bruxa.Chapeuzinho é curiosa, deseja descobrir coisas ( sua mãe já advertiu , de início, que não fique espionando pelos quatro cantos).Quando ela encontra a vovó que lhe parece “muito estranha” , a menina se confunde com os disfarces usados pelo lobo, mas ela não se intimida e quer entender o que está se passando e passa a interrogar a “vovó”:porque estas orelhas tão grandes? Porque estes olhos tão grandes? Porque as mãos tão grandes, porque a boca terrível, ela está enumerando os quatro sentidos, audição,visão ,tato, paladar “ que a criança púbere usa para compreender o mundo. A quantidade de aspectos que este conto oferece é impossível de ser resumida neste pequeno ensaio portanto iremos colocar em evidência as suas mensagens principais.

    O TEMA CENTRAL

    O tema central da estória é a ameaça de Chapeuzinho ser devorada.”Chapeuzinho Vermelho aborda alguns problemas cruciais que a menina em idade escolar tem de solucionar quando as ligações edípicas persistem no inconsciente , o que pode leva-la a expor-se perigosamente a possíveis seduções.”

    A casa da floresta é o símbolo do lar paterno,que são vivenciados de modo diferente devido a mudanças na situação psicológica.

    Na sua casa paterna, Chapeuzinho tem a proteção dos seus pais,é a criança pré-pubere sem conflito algum e capaz de lidar com as circunstâncias.Na casa da vovó, também oferecendo segurança, Chapeuzinho sente insegurança e incapacidade de resolver as situações em conseqüência do seu encontro com o lobo.Já ultrapassada a ansiedade oral , . que encontramos claramente no conto “JOÃO E MARIA” ( comer a casa de biscoitos , representação simbólica da mãe má que os abandonou ou os forçou a abandonar o seu lar) Chapeuzinho oferece alimentação á sua avó, compartilhando com ela a fartura que encontra no seu lar.

    Chapeuzinho já pode abandonar o seu lar sem ser empurrada para fora dele ( João E Maria) ,ela não teme o mundo externo e o admira reconhecendo a sua beleza.... aí encontra-se o perigo ! Pode surgir aí o dilema de o mundo fora do lar e do dever se tornar mais atraente, Chapeuzinho correria o risco de basear o seu comportamento no princípio do prazer.

    Esta luta, entre o princípio da realidade e o do prazer está oculta nas seduções contidas nas palavras do lobo :” Veja como são lindas as flores ao seu redor.Por que não dá uma olhada? Acho que nunca parou para escutar o canto dos pássaros....aqui na floresta tudo ´e prazer e você está caminhando atenta como quando vai á escola....etc”

    Surge ai o conflito entre realizar o que gostamos e o que devemos, de conformidade com a advertência feita, anteriormente, pela mãe de Chapeuzinho .

    A fama e a aceitação deste conto vem do fato de que apesar de Chapeuzinho ser uma menina virtuosa ela sofre as tentações e o que lhe acontece indica á criança que não podemos confiar nas intenções de todos, mesmo aqueles que julgamos bons e agradáveis ,isto nos sujeita a armadilhas perigosas.Se ,dentro de nós mesmos,não existisse uma parte de nós que aprecia o lobo mau ele não obteria poder algum sobre nós.Então é a hora de procurar o entendimento de si próprio e de saber o que é atraente para nós mesmos.Por mais atraente que seja sermos ingênuos,não podemos caminhar pela vida sendo ingênuos o tempo todo.

    EMOÇÕES VIOLENTAS E SEXUAIS

    A cor vermelha, símbolo das emoções violentas e do sexo, é a tônica que colore todo este conto.Segundo o genial psicanalista Grodeck,” o Chapeuzinho é o símbolo do prepúcio masculino uma transferência prematura da atração sexual”,que é acentuada pelo fato de a avó estar velha e doente, demais até para abrir a porta, acrescenta o psicólogo Bruno Bettelheim. Bettelheim prossegue: “A pessoa imatura, que ainda não está pronta para o sexo,mas é exposta a uma experiência que suscita fortes sentimentos sexuais,recais nas formas edípicas de lidar com ele.A pessoa só acredita então que possa vencer no sexo livrando-se dos competidores mais experientes-daí as instruções específicas que Chapeuzinho dá ao lobo para que este chegue á casa da avó. È como se estivesse dizendo; Deixe-me sozinha,vá ter com vovó que é uma mulher madura; ela será capaz de lidar com o que você representa, eu não sou.”

    Na variação dos Irmãos Grimm, uma solução: depois de uma experiência ruim, Chapeuzinho se convence de que ainda é imatura e deve estabelecer aliança com sua mãe ( avó)Tanto a coisa se passa assim, que é a avó, com a sua sabedoria que engendra o estratagema para castigar o lobo e é obedecida pela neta. Juntas, com facilidade dão um castigo exemplar ao lobo.Os Grimm especificam a seguinte questão: o lobo pensa, tenho que acabar primeiro com a avó (mãe) a figura protetora da menina.Depois eu a terei só para mim. Diz Djuna Barnes-“ As crianças sabem de algo que não podem explicar;gostam de Chapeuzinho Vermelho e o lobo na cama.”.

    “Chapeuzinho Vermelho , de forma simbólica projeta a menina nos perigos do conflito edípico durante a puberdade, e depois salva-a deles,para que ela possa amadurecer livre de conflitos.”

    Através de Chapeuzinho, a menina tende a entender a natureza contraditória do homem:tendências egoistas, associais, violentas e potencialmente destrutivas do id ( homem ). Mas também aprende as propensões altruístas ,sociais , reflexivas do ego ( o caçador) .

    Pergunta : então Chapeuzinho Vermelho é uma estória para meninas quase na puberdade? Não, mesmo uma criança de quatro anos se questiona , dentro dos seus limites e tira as suas conclusões corretas ouvindo a trama.

    O CAÇADOR

    È uma grande figura, muito atraente , tanto para os meninos quanto para as meninas. Ele é o salvador que salva os bons e castiga os maus.”Todas as crianças encontram dificuldades em obedecer ao princípio da realidade, e reconhecem facilmente nas figuras opostas do lobo e do caçador, o conflito entre o id e os aspectos do superego da personalidade.”. O caçador, entretanto, é uma incógnita, de onde vem? É verdade que ele salva Chapeuzinho e a avó e...ponto final. Raciocinamos : onde esteve o pai da menina o tempo todo? O caçador lança a sugestão de que encarna o pai que esteve velado durante todo o desenrolar da estória.Aliás este pai esteve mesmo como “sujeito oculto” em todo o desenrolar da estória, como lobo,” a externalização dos perigos de sentimentos edípicos reprimidos, e como caçador na sua função resgatadora e protetora “.

    “Chapeuzinho Vermelho perdeu a sua inocência infantil quando se encontrou com os perigos do mundo e os de dentro dela e trocou-os pela sabedoria que só os que “renascem” possuem: os que não só dominam uma crise existencial, mas também tomam consciência de que era a sua própria natureza que os projetava na crise.”

    Fonte: A PSICANÁLISE DOS CONTOS DE FADAS
    AUTOR: BRUNO BETTELHEIM
    EDITORA: PAZ E TERRA
    posted by iSygrun Woelundr @ 11:33 AM   0 comments
    Gli Occhi ou mal olhado

    Instituto de Pesquisas Psíquicas Imagick.
    .
    ...
    .. Qual forma de vampirismo, encantamento ou maleficência mais temida pelas nonas (ou por nós mesmos) que o olho gordo? Ou mal olhado? Ou mal'occhio? Pois é... Bate na madeira e faz figa.
    Bom, primeiro uma historinha para ilustrar os pensamentos. Quando esta colunista nasceu, parecia com um throll de tão feia (eu tenho testemunhas!!!!). Mas o tempo foi passando e melhorando as coisas (ai eu tenho testemunhas... suspeitas). Tanto que semana sim, semana não estava a família Morselli na casa da dona Francisca. Esta era uma senhorinha baixinha que benzia crianças com quebrante. Meu pai conta que ele teve de aprender o benzimento da mulher para poder dar um pouco de sossego para ela. O que ela fazia - e meu pai faz até hoje - é uma imposição de mãos e uma prece para que o mal passe.
    A tradição de muitas dessas mulheres (e homens), dessas bruxas, diz que a inveja o quebrante vem pelos olhos. Não tem jeito: os olhos são a janela da alma. Clichê? Talvez, mas com um grande fundo de verdade. Os olhos das pessoas são uma expressão do corpo, alias uma que ninguém consegue disfarçar. Eles têm o nosso medo, orgulho, paz, cansaço e também a nossa inveja ou raiva.
    Dentro da tradição streghe existem algumas histórias sobre o poder da magia vaporosa, o jettarore. Este pode trabalhar de um lado de cura, outro de mal ou ainda como encantamento - este último conhecido como fascínio ou glamoury.
    O olhar mágicko, ou jettarore, geralmente é muito temido. Acredita-se que o mal pode ser invocado sobre outrem através apenas de uma piscada, no limite de um dedo apontado sob olhos cerrado e, sempre, de uma forte vontade. Alguns ainda dizem que os homens são melhores para isso. O uso benéfico (para cura) é feito vulgarmente sob a lua cheia e pelas bruxas modernas. Isto demonstra a capacidade das streghe (ou das bruxas em geral) de operar a magia de uma forma simples, quase primal. É interessante que para muitos é fácil fazer alguém ficar doente ou curar e custa apenas um olhar - sem ritos extensos, instrumentos, roupas, iniciações do milésimo grau. E da mesma forma, a proteção e/ou o banimento também o são. Benzimentos, aspergir água benta, uma fitinha vermelha em volta do pescoço ou no punho, uma figa, arruda ou um chifre: todos curam ou protegem do mal causado. Normalmente, a prevenção se baseia em distrair o maleficente: com o cheiro forte da arruda ou a cor viva do vermelho, por exemplo. As streghe dizem que os símbolos de fertilidade como o vermelho do sangue ou a figa que é uma representação da união sexual dispersam energias destrutivas. Aposto que muitos já ouviram e viram essas simples receitinhas pela vida afora...
    A questão é que geralmente nos acreditamos vítimas deste tipo de prática - que é bem forte. O que não imaginamos ou não prestamos atenção é que nós podemos ser os agentes disso. Desejar o mal, ter inveja, sentir raiva são coisas comuns na vida de cada um. E muitas vezes, a intensidade das nossas emoções faz com que 'a praga pegue'. Claro que pode ser sem querer... claro que pode ser por querer! Portanto, cuidado com o que pensas e como olhas para as pessoas. E em todo caso, ande com um galhinho de arruda. Evita mais vampiros do que alho!
    Benedizioni di Diana e Apollo
    Lux!
    Pietra di Chiaro Luna
    Amor tenet omnia.

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    Conheça nossa lista 'irmãzinha'
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    posted by iSygrun Woelundr @ 11:13 AM   0 comments
    Alquimia Interna Taoista
    O corpo humano é um organismo, e como todo organismo precisa de energia e de uma interação entre as funções dos principais órgãos para funcionar bem. Perdemos energia a todo instante e precisamos repô-la se pretendemos continuar saudáveis e vivos. A cultura e a Medicina Chinesa há milhares de ano vem estudando energia, mapeando suas rotas pelo corpo e descobrindo suas aplicações terapêuticas. Eles estudaram uma forma de energia que chamaram de Chi, ou energia vital, a mesma que a Acupuntura trabalha. A palavra mais correta para denominar esta energia seria o bio-eletro magnetismo. Os chineses classificaram este manancial inesgotável de energia em Jing; a energia da terra, Chi; do plano cósmico e Shen; do céu e das estrelas, Nosso tempo de vida e nossa saúde dependem do fluxo e equilíbrio destas energias e da nossa capacidade de repô-las. Os meridianos mapeados pelos chineses e utilizados pela acupuntura, são algumas das rotas percorridas por este fluxo de energia vital ou Chi. Porém, existem rotas especiais no nosso corpo conhecidas pela Medicina Chinesa, (vasos maravilhosos) que são canais psíquicos e não podem ser manipuladas pelas agulhas. A técnica para abrir estas rotas e ensinar a multiplicar esta energia foi mantida em segredo por milhares de anos na China. Este conhecimento era passado de pai para o filho escolhido e transmitida oralmente através dos milênios. Somente o Imperador e sua corte tinham acesso a estas técnicas. Na Alquimia Interna Taoista, como sistematizada por Mantak Chia, aprendemos os segredos deste conhecimento milenar...
    O Tao
    O Tao (Dao) que pode ser pronunciadoNão é o Tao (Dao) eternoO nome que pode ser proferidoNão é o Nome eterno.Ao principio do Céu e da Terra chamo "Não-Ser"À mãe dos seres individuais chamo "Ser"Dirigir-se para o "Não-Ser" levaÀ contemplação da maravilhosa Essência;Dirigir-se para o Ser levaÀ contemplação das limitações espaciais.Pela origem, ambos são uma coisa só,Diferindo apenas no nome.Em sua Unidade, esse Um é mistério,O mistério dos mistériosÉ o portal por onde entram as maravilhas.Tao (Dao) Te KingLao Tzu
    O antigo teísmo chinês ensinava que no céu havia um deus de quem o mundo simplesmente dependia, um deus que recompensava os bons e castigava os maus. Além deste pai no céu - acompanhado pela mãe - terra, cuja presença jamais afetou basicamente o pensamento monoteísta, havia ainda uma série de espíritos da natureza e dos ancestrais. Apesar de dependentes do céu eles tinham, não obstante, as suas áreas específicas a cuidar, de modo semelhante aos funcionários subordinados ao rei.
    Com Lao Tzu, a eliminação definitiva do antropomorfismo religioso se iniciou. O Céu e a Terra não têm sentimentos humanos de amor. Para eles todos os seres são meros cães de sacrifícios feitos de palha, que na antiga China eram quiemados após os sacrifícios de oferenda.
    No entanto, Lao Tzu está longe de considerar o curso da natureza como algo acidental e desordenado. Dessa forma ele está livre de todo o ceticismo e pessimismo. Ele não luta apenas contra a religião popular, contudo a substitui por algo mais elevado, e que leva mais longe. Baseado na velha sabedoria dos livros das mutações, Lao Tzu reconhecera que a essência do mundo não é uma condição estaticamente mecânica. O mundo está em constante alternância e transformação. O Livro das Mutações mostra igualmente que todas as transformações se realizam segundo leis estabelecidas. A concepção do livro é de que a totalidade do mundo fenomenal está baseada no antagonismo complementar da polaridades das energias Yin, passiva, negativa e Yang, ativa, positiva. Estas energias encontram-se em contínua transformação. A unidade se divide e se converte em duplicidade, a duplicidade se une e torna a ser unidade. O que está no fim de tudo, no âmago de todas as mudanças, é a grande polaridade (Tai Gi), a unidade que transcende toda dualidade, todos os fatos e mesmo toda a existência. Essas mudanças se processam por meio de um caminho fixo e pleno de sentido (Tao), no caminho do céu (T´ien Tao), ao qual corresponde, na terra, o caminho do homem (Jen Tao)
    Confúcio buscava o caminho do céu. Para Lao Tzu, o caminho do céu não era ainda o mais elevado grau. O grau mais elevado e definitivo estava além da personalidade, até de que qualquer ser de algum modo perceptível ou definível. Não era também um nada, mas algo que se subtraía às formas do pensamento humano.
    Para uma coisa assim não há naturalmente, nome algum, já que todos os nomes só nascem da vivência; e essa coisa é, no entanto, o que primeiro possibilita as vivências. Denominou então essa coisa, por força da necessidade, "Tao", só para poder falar dela, pois não tinha como chamá-la e chamou-a igualmente de "grande". O Tao do céu e o Tao do homem sempre foram conhecidos, mas não o Tao absoluto. Tao significa caminho. Mas no sentido de Lao Tzu não se pode, sem mais nem menos, traduzi-lo por caminho ou senda. Há duas palavras chinesas para caminho. Uma é "Lu". Resulta da combinação dos símbolos para "pé" e " cada". É o que cada pé pisa, o caminho que resulta justamente do fato de ser percorrido. Transposto o seu sentido, essa expressão poderia ser usada para o conceito moderno de lei natural, que é do mesmo modo, aceita como existente, pois os processos ocorrem no sentido dessa lei. Outra palavra para caminho é Tao (Dao), que se escreve combinando os símbolos para "cabeça" e "andar". Daí resulta um significado substancialmente diferente do da palavra "Lu", isto é, o de um caminho que conduz a um objetivo; o de uma direção, de um caminho indicado, tendo, ao mesmo tempo, o sentido de "falar" e " guiar". Parece que este símbolo foi usado inicialmente para as trajetórias astronômicas dos corpos celestes.
    Falando do Tao (Dao), Lao Tzu preocupou-se em afastar tudo que pudesse lembrar algum tipo de existência. Desse modo, o Tao está num nível totalmente distinto de tudo quanto pertence ao mundo dos fenômenos. É anterior ao céu e à terra; não é possível dizer de onde vem; é anterior ao próprio sentido de Deus. Ele se baseia em si mesmo, é imutável e está em eterna circulação.
    Embora se negue existência ao Tao (Dao), ele, no entanto, também não é simplesmente nada. Porque do nada não pode surgir nada. É verdade que o Tao (Dao) não é temporal nem espacial. Olhando-o, não o vemos, escutando-o, não o ouvimos, e se quisermos tocá-lo, não o sentimos. Contudo nesse não ser espacial nem temporal está depositada, de algum modo a variedade. Mesmo não o vendo, ouvindo ou sentindo, há algo nele que corresponde a essa variedade dos sentidos; figuras, imagens, embora informes, imateriais. Ele se encontra então num nível que está além do ser e do não ser. Mas também não é tão irreal que as coisas não possam resultar dele.
    Comentários do Richard WilhelmDo livro Tao Te King
    Cores e Significados

    Elemento ÁguaAzul Noite - Fase de repouso da energia - Inverno - Frio.

    Elemento TerraAmarelo Dourado - Fase de estabilização da energia - onde acontece todas as mutações e as mudanças das estações - temperatura temperada.

    Elemento Fogo Vermelho rubi - Fase de distribuição da energia - Verão - temperatura quente.

    Elemento Madeira Verde folha - Fase de geração da energia - Primavera - temperatura úmida.

    Elemento MetalBranco metálico - Fase de contração da energia - Outono - temperatura seca e fria.
    http://www.healing-tao.com.br/alquimia/alquimia
    posted by iSygrun Woelundr @ 11:11 AM   0 comments
    Os 5 Elementos no Taoismo
    Por Daniel Reed
    Os 5 Elementos representam as atividades das forças Yin e Yang quando estão se alternando, manifestas nos ciclos de mudanças na natureza que regulam a vida na terra. Também chamadas como os 5 movimentos (Wu Yun), definem os vários estágios de transformação que acontecem nas mudanças de estações: crescimento e declínio; mudanças do clima; sons e sabores; emoções na psicologia humana. Cada energia está associada com um elemento natural cuja função se parece com a função destas energias, e tomam dali o seu nome. Diferente da forma de nomear os elementos por sua forma e substância como fazemos no Ocidente e em outros sistemas, o sistema chinês leva em conta a energia e sua transformação. Os elementos simbolizam atividades da energia com as quais estão associados.
    As manifestações da força Yin e Yang na terra, as cinco fases da energia representam vários estágios de vazio e cheio pelas quais essas energias passam ao equilibrar um determinado sistema energético. Um antigo texto chinês diz sobre isto:

    As cinco fases da energia ou os Elementos de Madeira, Metal, Água, Terra e Fogo aparecem em sua natureza especifica, durante as transformações da força Yang e de sua união com a força Yin. Estas fases de energia estão em constante mudança de atividade, nutrindo e controlando uma a outra para que haja uma constância nos movimentos de transformação do vazio para o cheio e do cheio para o vazio, num movimento circular sem fim ou começo. A interação destas forças primordiais cria a harmonia nas mudanças e no curso dos ciclos na natureza. As Cinco fases das Energias Elementares se combinam e re-combinam em inúmeras formas e produzem a vida manifesta. Todas as coisas que existem contêm os cinco elementos em variadas proporções.
    Vamos analisar estas idéias observando os ciclos das estações do ano que influenciam tudo sobre a terra. A água é a fase da energia associada ao inverno, quando prevalece a força Yin. O inverno é o tempo do descanso, da quietude, quando a energia é poupada, recolhida, condensada, conservada e armazenada. A água é um elemento muito concentrado, contendo um grande potencial, um grande poder esperando para ser liberado. No corpo humano, a água está associada com os fluidos essenciais como os hormônios, os líquidos linfáticos, a medula, as enzimas, todos com grande potencial de energia. Sua cor é o preto ou o azul noite. A cor que contêm todas as outras cores de forma concentrada. Na natureza, a água evapora com o excesso de calor; nos seres humanos a energia da água dispersa pelo excesso de estresse e de emoções fortes. A forma de se conservar a energia da água é através da quietude e do repouso, é se manter "frio".
    A próxima fase do ciclo das estações do ano é a primavera, surge o elemento madeira do potencial energético da água, assim como as plantas florescem na terra durante a primavera. Este é o novo estágio Yang do ciclo das energias. A fase Madeira é expansiva, alegre e explosiva. É uma geração criativa de energia, despertando o desejo sexual de procriar. Está associada ao vigor, à juventude, ao crescimento e ao desenvolvimento. A energia da Madeira pede livre expressão e espaço para dar vazão à sua expansão. Se bloquearmos seu desenvolvimento, criamos sentimentos de frustração, raiva, ciúme e estagnação.
    Assim como a primavera se desenvolve naturalmente para o verão, assim também a energia expansiva e criativa da Madeira amadurece para a energia florescente do Yang velho, a energia do fogo. Esta é a fase mais cheia de energia de todo o ciclo, quando acontece a fase mais quente da energia yang cheia. Todas as formas de vida se esquentam nesta fase de crescimento da energia do fogo. O fogo está associado ao coração, que é a morada das emoções humanas e o órgão que pulsa e distribui o sangue e sua energia pelo corpo. Sua cor é o vermelho a cor do calor e do sangue. Esta energia está associada ao amor e à compaixão, à generosidade e à alegria, à abertura e à abundância. Se bloquearmos esta energia, o resultado é a hipertensão, os problemas do coração e as desordens nervosas.
    No final do verão chega um momento de interlúdio, de perfeito equilíbrio quando a energia do fogo diminui, se transformando em energia da terra, nem muito Yin e nem muito Yang quando se instala um estado de equilíbrio perfeito. Este momento é o clímax do ciclo, o intervalo entre as energias Yang da primavera e do verão e as energias Yin do outono e do inverno. O humor das 5 fases da energia está em harmonia neste momento, trazendo uma sensação de bem estar e completude. A energia do final do verão é a energia da terra, sua cor é o amarelo, a cor do sol e da terra. Na anatomia humana está associada ao estômago, ao baço e ao pâncreas que estão situados no centro do corpo e alimentam todo o sistema do corpo. Se a energia da terra for insuficiente, o organismo fica mal nutrido, afeta a digestão e todo o sistema se desequilibra e fica desvitalizado.

    Quando o verão passa para o outono, a energia da terra se transforma em Metal. Durante a fase Metal, a energia começa novamente a se condensar, se contrair, volta-se para dentro para acumular e se armazenar, assim como armazenamos nossos alimentos no outono, para sobreviver no inverno. Nesta fase liberamos tudo que está gasto como as folhas das árvores que caem para poupar a essência, que é então armazenada para suportar a fase não produtiva da água, do inverno. Se nesta fase não houver bastante energia para contrair, não haverá força suficiente para passar o inverno e o próximo ciclo da madeira/primavera será fraco. A energia do Metal controla o pulmão, que extrai a energia essencial e expele as toxinas do sangue e do intestino grosso, que elimina a sujeira pesada enquanto retêm e recicla toda a água do organismo. A cor da fase Metal é o branco, a cor da pureza e da essência. O outono é a estação da introspecção e da meditação, de reciclar sentimentos antigos, apegos externos e o excesso de emoções adquiridas durante o verão, assim como as árvores se livram das folhas secas e buscam os nutrientes de suas raízes. Se resistirmos a esta energia e ficarmos aprisionados no passado podemos criar estados de melancolia, de tristeza e de depressão que se manifestam em dificuldades respiratórias, dores nas costas, problemas de pele e baixa resistência a doenças. Assim como o metal é a energia refinada extraída da terra e lapidada pelo fogo, o outono é a estação onde devemos extrair aprendizagens das atividades e experiências do verão, transformando-as na quietude e sabedoria do inverno.
    Assim a grande roda da vida segue caminhando entre os ciclos das energias elementares, acordando e dando vida a todas as coisas, seguindo um processo ordenado de seqüência rítmica

    As cinco fases da energia ou 5 elementos mantêm o equilíbrio interno e a harmonia entre as energia Yin e Yang, através de ciclos de equilíbrio e checagem, chamados ciclo criativo e ciclo de controle. Ambos os ciclos, que interagem e equilibram um ao outro, estão em constante atividade, mantendo o campo dinâmico destas forças polares, que é necessário para mover e transformar as energias. O ciclo criativo gera energia e nutre a energia - como a relação entre mãe e filho. Água gera a Madeira nutrindo seu crescimento. Madeira gera Fogo dando-lhe combustível para queimar; Fogo gera Terra, fertizando-a com suas cinzas; Terra produz Metal pela extração e refinamento; Metal se torna líquido como Água quando fundido, somando-lhe propriedades especiais, quando a ela se mistura (como na água mineral).

    Por outro lado, o ciclo de controle cria uma relação de subjugar, como a existente nas batalhas entre o vencedor e o vencido. O Livro da Medicina Clássica descreve o ciclo de controle dessa forma:
    Madeira em contato com Metal é abatida. Fogo em contato com Água se apaga.Terra em contato com Madeira é penetrada.Metal em contato com Fogo de dissolve.Água em contato com Terra pára seu curso.
    Assim que uma das fases de energia se excede tende a exercer um estimulo excessivo sobre o elemento seguinte do ciclo criativo. Neste exato momento, o elemento que controla esta energia excessiva entra em ação para restaurar a harmonia. Por exemplo: se o elemento Madeira gerar energia em demasia, provendo o elemento Fogo de muito combustível - o que poderia causar muita queimada - o Metal entra em ação, cortando o suprimento de madeira e assim, restabelecendo o equilíbrio. O Ciclo Criativo e o de controle mantêm uma constante relação de harmonia e equilíbrio entre as 5 fases da energia ou as 5 Energias elementares.
    Os Vasos Maravilhosos
    Vaso Governante (Du Mai) Vaso de concepção (Ren Mai) Canais de Impulsão - Principais (Chong Mai) Canal do Cinturão (Dai Mai) O Vaso do Calcanhar Yang (Yangqiao Mai) O Vaso do Calcanhar Yin (Yinqiao Mai) O Vaso Regulador Yang (Yangwei Mai) O Vaso Regulador Yin (Yinwei Mai).
    Trigramas do I ChingVaso Governante (Du Mai) lago e metalVaso funcional ou de concepção (Ren Mai) fogo estes 2 acima formam a órbita microcosmicaOs três canais principais (esquerda, direita e centro) (Chong Mai) Céu -metalO cinturão que contorna a cintura (Dai Mai) vento - madeiraO vaso do calcanhar Yang (Yangqiao Mai) água -O vaso do calcanhar Yin (Yinqiao Mai) terraO vaso regulador Yang (Yangwei Mai) trovão - madeiraO vaso regulador Yin (Yinwei Mai). montanha - terra
    posted by iSygrun Woelundr @ 10:52 AM   0 comments
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