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    terça-feira, novembro 18, 2008


    A pergunta que surge sempre ao abordar o tema das civilizações antigas e seus avanços tecnológicos, é a de que meios empregaram e que nível de conhecimentos alcançaram.
    Tentando responder a esta pergunta, e sem afastar a possibilidade da utilização de outras técnicas até agora desconhecidas, as descobertas tecnológicas demonstram-nos que, em alguns aspectos, os meios e instrumentos de trabalho dos sábios da antiguidade eram semelhantes aos actuais, quer dizer, trabalhavam por meios convencionais.
    No Iraque e Egipto foram encontradas lentes talhadas, que actualmente só poderiam ser elaboradas e polidas com óxido de césio, cuja obtenção requer métodos electroquímicos, métodos esses apenas descobertos no nosso século.
    Sir David Brewster também encontrou, em escavações por ele efectuadas, uma lente de forma oval e planoconvexa que actualmente está no Museu Britânico.
    Estes e outros achados podem explicar o facto de algumas civilizações antigas terem determinados conhecimentos sobre as estrelas, a posição dos planetas, o sistema solar, os fenómenos astrológicos e astronómicos que, em algumas ocasiões, superaram os actuais. Tal é o caso, por exemplo, de um planeta entre o Sol e Mercúrio descoberto apenas em 1976, e que já era conhecido e representado pelos Egípcios sob o nome de Íbis. Curiosamente, este planeta não é visível e só pode ser localizado por métodos espectroscópicos.

    É internacionalmente reconhecido o facto de, na antiguidade, as posições dos astros não serem desconhecidas. Vejamos alguns exemplos:
    No Kohistão, região montanhosa da Ásia Menor, existe uma pintura que reproduz as posições exactas dos astros tomadas há 10.000 anos. O planeta Vénus e a Terra aparecem unidos por várias linhas.
    Os babilónios conheciam os "cornos de Vénus". Vénus tem quartos crescentes como a Lua, ao estar mais próximo do Sol do que da Terra, mas estes "cornos de Vénus" são invisíveis a olho nu. Referindo-se a isto, os babilónios chamavam a Vénus "a filha da Lua", já que ambos se caracterizaram pelas suas fases.
    Os babilónios também conheciam o período de lunação com um erro de 0,4 segundos relativamente aos cálculos de hoje. Igualmente conheciam quatro grandes luas de Júpiter, e representavam Saturno rodeado pelos seus anéis.
    O estudo realizado pelo astrónomo R. Mitchel sobre o ataúde de uma múmia egípcia, no qual se encontrava a representação do sistema solar, revelou que as ditas posições correspondiam exactamente à situação do sistema solar no equinócio de Outono de 1722. Os Egípcios tinham conhecimento, não só de todo o sistema solar, como também de estrelas de grande magnitude como Sírio A e Sírio B, entre outras.
    Diógenes de Apolónia (séc. V a.C.) afirmava que "os meteoros deslocam-se no céu e caem com frequência na Terra". No entanto, mais tarde, no séc. XVIII, o insígne cientista Lavoisier pensava o contrário: "é impossível que as pedras caiam do céu, porque não há pedras no céu".
    A estela I de O Castelo em Santa Luzia (Guatemala) descreve o percurso de Vénus sobre o disco solar em 25 de Novembro de 416.

    Tomando medidas
    Jonathan Swift (1727) no seu livro "Viagem a Liliput", descreve-nos, mediante o seu protagonista Gulliver, as duas luas de Marte e, além disso, dá-nos as medidas das suas órbitas e tamanhos: "Os astrónomos liliputianos passam grande parte das suas vidas a observar os corpos celestes, para o que utilizam lentes muito superiores às nossas. Esta notável vantagem permite-lhes alargar as suas observações a uma distância muito maior do que a dos astrónomos europeus; têm um catálogo de 10.000 estrelas fixas, enquanto que os nossos mais modernos catálogos compreendem só uma terça parte desse número. Descobriram entre outras coisas, dois satélites que giram à volta de Marte e cujas distâncias ao centro do planeta são exactamente três vezes o diâmetro deste ao satélite mais próximo e cinco vezes ao mais afastado. O primeiro termina a sua revolução sideral ao cabo de 10 horas e o outro requer um período de 21.30 horas, pelo que o quadrado do tempo gasto é quase equivalente à terceira potência das respectivas distâncias entre os seus próprios centros e o de Marte. Isso demonstra que estão submetidos às mesmas leis de gravidade que regem os restantes corpos celestes".
    Os ditos satélites de Marte foram descobertos em 1877; no entanto, antes de Jonathan Swift, Kepler suspeitou da existência de dois planetas à volta de Marte e, inclusive na Ilíada, Homero comenta que Marte tem dois companheiros: Fobos e Deimos.
    A tudo isto há a acrescentar que as medidas e dados que aparecem no livro "Viagem a Liliput" são verdadeiros.
    Erastótenes (276-195 a.C.) calculou com bastante aproximação a circunferência terrestre. Plutarco atribuiu a distância de 804 milhões de estádios da Terra ao Sol, que também se acha na altura da Grande Pirâmide.

    Geniais pré-socráticos
    Tales (624-547 a.C.): Propõe como princípio de todas as coisas o estado de Humidade de modo que, depois das coisas manifestadas, esta Humidade acuosa sustê-las-ia como se flutuassem nela. É uma concepção genial, se se quiser metafórica, daquilo a que agora os cientistas chamam o éter cósmico ou "gás extremamente disperso". Tales junta-se aos cosmólogos que crêem na origem do Universo como um caos aquoso primordial: Homero, Hesíodo, Ferécides de Siro, entre outros.
    Tales atribuía à Terra (leia-se matéria) a forma de um grande prato oblongo com as bordas um pouco levantadas, que flutuaria sobre o éter aquoso como um navio entre as águas. Efectivamente, essa é a forma de muitas galáxias vistas de perfil.

    Anaximandro (611-543 a.C.): É-lhe atribuída a invenção da esfera e a declinação do Zodíaco. Mediu as distâncias entre as estrelas e calculou a sua magnitude; fixou as épocas dos equinócios e dos solstícios, assim como a obliquidade da elíptica. Também demonstrou que a Terra é redonda, girando à volta do seu eixo e que a Lua recebe e reflecte a luz do Sol. No entanto, nenhuma destas supostas descobertas era ignorada por astrólogos mais antigos.
    Propõe como princípio de todas as coisas o APEIRÓN, traduzível por aquilo que é ilimitado, indeterminado e indefinido. É uma espécie de matéria primordial, ilimitada, homogénea, indeterminada, inqualificada, eterna, imperecível, imutável, incorruptível, inesgotavelmente fecunda, geradora de todos os seres e à qual todos retornam. Vem a ser uma espécie de nebulosa ou matéria plástica, proteiforme, equivalente ao CAOS de todas as antigas cosmogonias, que não é nem água, nem fogo, nem ar, mas anterior a toda a divisão. Efectivamente, assim é como descrevem os astrofísicos actuais o estado do Universo no tempo zero da idade do Universo. Alem disso, a natureza da matéria nesse tempo zero não é conhecida cientificamente; supõe-se que é algo mais subtil do que o hidrogéneo.
    Anaximandro explica a evolução do Universo através da diferenciação dos contrários, da separação das coisas, adquirindo cada uma delas as suas características próprias. Dentro da massa caótica do Apeirón, agitada por um movimento eterno, produzem-se remoinhos, que dão como resultado a sua separação em porções; de cada uma delas formam-se outros tantos mundos ou cosmos esféricos e limitados. O movimento eterno prossegue, agitando em formas de remoinhos os cosmos desagregados da massa comum do Apeirón e, no seu interior, continua o processo de separação, distinguindo-se os elementos, os quais se vão dispondo por ordem de gravidade. Para Anaximandro, existem muitos mundos esféricos fechados sobre si mesmos e independentes uns dos outros, que se originam a partir dos remoinhos formados pelo movimento eterno no seio do Apeirón. A justiça cósmica restabelece-se mediante a sua reabsorção periódica na matéria primordial. A frase de Anaximandro: "Quando o equilíbrio cósmico se restabelece, começa um novo ciclo de formação", explica-nos a teoria moderna do BIG-BANG ou grande explosão, segundo a qual o gás ou éter expelido após o rebentamento do Ovo cósmico, volta a resumir-se pouco a pouco num outro núcleo de energia ou Ovo cósmico.

    Anaxímenes: Uma das ideias mais interessantes deste filósofo pré-socrático é a concepção do Universo como um animal vivo (Macrobios), tal como pensavam os egípcios, persas, hindús, etc. Este Ser Vivo está dotado de respiração dentro do PNEUMA infinito que envolve tudo. Ideia semelhante têm os orientais ao conceberem o Universo como uma expiração do grande deus Brahma e a sua contracção ou reabsorção quando Brahma volta a inspirar. Anaxímenes também atribui à matéria, ou aos mundos, uma forma de disco plano rodeado de água ou éter cósmico.

    Heraclito (535-475 a.C.): Propõe como origem das coisas o Fogo. "Tudo é governado pelo raio"; foi este o motivo para que se comparasse a cosmologia de Heraclito com a de Parménides, Tales, Anaximandro, etc., de modo a só se ver entre eles desacordos e diferenças. No entanto, todos os filósofos pré-socráticos beberam nas mesmas fontes de conhecimento, ou seja, todos eles foram discípulos nos Colégios Sacerdotais ou Escolas Iniciáticas da Grécia e do Egipto. Assim, quando Tales pensa num universo aquoso, refere-se à sua composição e características físicas; e quando Heraclito nos diz que a origem do Universo é o Fogo, está-nos a revelar outra antiga ideia, segundo a qual a natureza do manifestado é ígnea, ou seja, mental. Na antiguidade, tal como hoje, o Fogo era símbolo da Mente, de modo que a Universo seria um pensamento de Deus, adquirindo forma física por meio da vontade. Tales e Heraclito não se contradizem: ambos sabiam que "a raíz do Universo é Mental" (como afirmou mais tarde Séneca) e que o seu aspecto mais físico é aquoso, nebuloso. O equívoco provém do facto de se ter interpretado o pensamento dos pré-socráticos pelos escassos fragmentos deles conservados. Em suma, o que nós conservamos dos filósofos pré-socráticos são aspectos parciais de uma mesma ideia.
    Heraclito também nos transmite a ideia de um Universo em manifestação ou evolução que, depois, volta a ser absorvido. Fala-nos de uma via descendente ou de manifestação em que as coisas surgem, concretizam-se e plasmam-se: estrelas, astros, planetas, sóis, etc.; e de uma via ascendente, em que as coisas voltam à sua condição primitiva. Tudo isso é uma constante acção: "Tudo flui, nada permanece estático"; "não nos podemos banhar duas vezes no mesmo rio, pois a água não é a mesma". Esta acção constante é a que produz a evolução de todas as coisas que, pela via ascendente, alcançarão o primeiro princípio. As coisas surgem e morrem; desenvolvem-se e logo começam a morrer paulatinamente. As galáxias e os sóis estão numa luta tremenda para chegar à Unidade primitiva; e o meio é a Guerra, que, segundo Heraclito, é "Mãe e Rainha de todas as coisas".

    Parménides: Este filósofo pré-socrático não desmerece em conhecimentos os anteriores. "A Lua ilumina a noite com luz emprestada", dizia Parménides, dando a entender que a Lua não tem luz própria e que só reflecte a do Sol. Segundo ele, na origem do Universo existia uma bola unida devido à necessidade, na qual primavam duas forças: uma luminosa e suave e outra obscura, densa e pesada. Quiçá faça referência às duas forças que, segundo a astrofísica actual, existiam no primitivo Ovo cósmico.

    Empédocles (494-434 a.C.): Tal como Parménides, pensava que a Lua girava à volta da Terra e "iluminava com luz emprestada".
    É na doutrina deste filósofo que aparece com mais claridade a ideia da união e da desagregação das coisas: os dois princípios que movem o Universo e que podem ser traduzidos por Amor (união) e Ódio (desagregação ou discórdia).. A vida do Universo é uma luta contínua entre estes dois princípios.

    Conclusão
    Finalizando o tema sobre as tradições antigas, os filósofos pré-socráticos e a sua concepção do Universo, origem, evolução e finalidade, é justo reconhecer que muitos dos conhecimentos actuais já eram ensinados na antiguidade; e havia outros que ainda hoje são ignorados em parte. Se pensarmos que a nossa civilização chegou ao seu mais alto nível em quase 2.000 anos e se tivermos em conta que o homem é inteligente há muitos milhares ou, segundo alguns autores, milhões de anos, é lógico que tenham existido outras civilizações anteriores à nossa e outros períodos de 2.000 anos como o que bastou para que a nossa civilização nascesse. Há muita razão em dizer que, de certo modo, a "História se repete" e que, em cada ciclo, se assimilam mais experiências que nos conduzem, pela via do saber, ao longo da rota espiralada da evolução.

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    posted by iSygrun Woelundr @ 1:04 PM   0 comments
    Aegir

    Aegir é o deus do mar da mitologia nórdica. É um dos Vanir, isto é, um dos deuses do elemento líquido ligado a natureza.

    Ele era ao mesmo tempo cultuado e temido pelos marinheiros, pois estes acreditavam que Aegir aparecia de vez em quando na superfície para tomar a carga, homens e navios com ele para seu salão no fundo do oceano. Por isso eram feitos sacríficios para apaziguá-los, muitas vezes sendo sacrificados prisioneiros antes de se começar a velejar. Aegir também é conhecido pelo entretenimento generoso que ele providenciava aos outros deuses.
    Sua esposa era a deusa Ran com quem ele teve nove filhas (as donzelas das ondas), que vestiam mantos e véus brancos.
    Tinha dois servidores fiéis: Eldir e Fimafeng. Fimafeng foi morto pelo deus Loki durante um banquete realizado pelos deuses no salão submarino de Aegir próximo da ilha de Hler.
    Há intérpretes da mitologia nórdica ainda que afirmam que Aegir não é um deus, nem Aesir e nem Vanir, mas sim um gigante amistoso aos deuses, como sua esposa Ran e suas filhas, as Wave Nikr. Ele está mais associado à regência das viagens marítimas e coisas mundanas, do que à essência do mar, do oceano e do princípio da água, pois estes já são regidos por uma divindade vanir, conhecido como Njord.

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    posted by iSygrun Woelundr @ 12:47 PM   0 comments
    Aradia e Il Vangelo delle Streghe (o evangelho das bruxas)


    Aradia é uma personagem importante e interessante na Bruxaria Italiana; eu me arriscaria a dizer em toda a bruxaria até. Algumas coisas foram escritas sobre ela, existe um livro com seu nome, porém alguns mitos foram criados. Tentando esclarecer dúvidas e mostrar um pouco do que é o livro "Aradia, o evangelho das bruxas" e a Aradia, la Bella Peregrina eu escrevo a coluna desta quinzena.

    La Bella Peregrina, nome com o qual ficou conhecida nos montes albanos até a Sicília, tem um significado grande para muitas tradições e clãs da Bruxaria Italiana, como a Ariciana e a Tríade de Tradições - Janarra, Fanarra e Tanarra. Lembrada como a professora e mestra das Streghe, Aradia não queria ser adorada: seu intuito era reviver com os camponeses dos feudos os Caminhos Antigos. Passou seus ensinamentos viajando e conversando, reaproximando as pessoas de suas raízes. Ela apontava a Vechia Religione como um alívio ao massacre religioso do cristianismo da época. Com o tempo, ela passou a ter discípulos, 6 homens (um deles era celta) e 6 mulheres. Quando Aradia passou a ser perseguida, esses discípulos saiam em casais para levar seus ensinamentos a diante. Seu símbolo, após sua partida era, e ainda é, a Chama Sagrada que é acesa no meio do altar. Ela é o fogo perene de seus ensinamentos e de nossa ligação com o Espírito do Caminho Antigo. Por fim, seus discípulos também foram perseguidos e muitos mortos e acredita-se que os pergaminhos, nos quais seus ensinamentos foram registrados, trancados no Vaticano. Alguns documentos históricos indicam a passagem de uma mulher peregrina pelo norte da Itália e indicam que talvez ela tenha passado seus últimos anos na Romênia.

    Os ensinamentos de Aradia têm um cunho de simples entendimento e observação completa da Natureza. Ela fala sobre a Deusa Diana e o Deus Dianus ou Lúcifer; discorre como a Natureza é a maior de todas as professoras; deixa para os camponeses o valor e a importância do casamento baseado no amor e no respeito; sobre a força da sexualidade e sua magia; ela deixa um alerta sobre os cristãos, um cuidado que deveria ser tomado naquele momento de perseguição; e deixa um elenco de 13 "conselhos", que são conhecidos como "Covenant of Aradia": visando a convivência harmoniosa entre todos os seres da Criação.

    O Evangelho das Bruxas foi escrito em 1889 por Charles G. Leland, folclorista inglês e estudioso de diversas culturas. Nesta publicação ele expõe ao público o relato de tradições, costumes e estórias de mulheres que se chamavam streghe (bruxas). A fonte de Leland era uma delas, Magdalena. Não se sabe bem ao certo se o que está no livro é a cópia fiel dos escritos das streghe ou se eles foram romanceados. Ele conta como Diana e Lúcifer deram a vida a Aradia e como ela se tornou a primeira Strega. A Aradia do livro também tem um caráter de professora, mas ela é nascida dos deuses. Existem no texto de Leland também uma larga influência de termos e ideais judaíco-cristãos, como no momento em que diz que Aradia não será como a filha de Caim (este mencionado algumas vezes), e o uso da palavra "amen" no fim de alguns feitiços. Raven Grimassi (1999) ainda coloca que o uso do nome de Lúcifer tenha sido por uma propaganda, o que atiçaria ânimos: será que este povo tem alguma ligação com o satânico? A resposta clara é não, uma vez que Lúcifer é a Estrela da Manhã, ou seja, o Sol - Appolo, o irmão gêmeo de Diana.

    A leitura do Evangelho deve ser feita com critério. Nada do que está lá pode ser levado ao pé da letra. No entanto é mister percebermos que ele traz uma grande gama de tradições e idéias que podem ser bem aproveitadas na nossa prática. Ele é um parâmetro de cultura e ética antiga. Ele deixa claro que se faziam maldições, rogavam pragas e ameaçavam as deidades (como fazem os católicos que penduram santos de cabeça para baixo e afins). Tudo isso era visto como legítimo para essas streghe e como uma coisa corriqueira. Elas não sofriam a influência de uma filosofia mais oriental que fala de kharmas e coisas nesse gênero. Eram camponesas, filhas da Natureza que agiam como tal: pisas no meu pé, eu imediatamente piso no teu. Eu acredito que, de um ponto de vista histórico e social, é impossível fazer um juízo de certo ou errado sobre essas práticas.

    Uma curiosidade sobre o Evangelho está no capítulo XI que descreve um pouco sobre a Casa dos Ventos e sua história. Existem muitas semelhanças com a vida da Aradia histórica.

    Conclusões: existe o fato interessante de alguns relatos do livro se parecerem com práticas neopagãs, como o "Charge of Aradia" que tem grandes semelhanças com o "Charge of the Goddess" apresentado por Doreen Valiente. Além da similaridade com práticas feitas por bruxas italianas de muito antes da publicação do Vangelo (evangelho), como a nudez ritual como símbolo de liberdade e sinceridade, o que traz credibilidade aos escritos do livro - ou pelo menos, parte deles.

    Por tudo que eu li, estudei e pratiquei até agora, a conclusão mais importante é que "os livros são bons conselheiros". Não é possível seguir um livro em 100% dele - isso se torna fundamentalismo. Hoje temos a capacidade e a oportunidade de sermos críticos: bruxos, magistas capazes de reflexão sobre o que lemos, ouvimos e praticamos a fim de não nos basearmos numa verdade infundada e cega.

    Aceitemos que o livro é um ponto de partida, mas é necessário desprendimento e vontade para saber mais a fundo sobre, por exemplo, quem foi Aradia, qual a importância de Diana, por que Lúcifer é citado e quem ele é realmente para que não nos tornemos meros repetidores de versos. Sejamos bruxas e bruxos responsáveis e cientes de nosso papel como tais: investindo em nosso conhecimento e crescimento.

    Benedizioni di Astrea

    por Pietra D C Luna

    Os Dons de Aradia


    No séc. XIV, Aradia ensinou que os poderes "tradicionais" de uma Bruxa pertenceriam àqueles que seguissem a Velha Religião. Ela os chamo de Dons, porque ela colocava que são apenas "um adicional" aos poderes de uma verdadeira bruxa, e não a razão pela qual alguém deveria ser tornar uma ou seguir La Vecchia. Estes são os seguintes:

    1. Atrair sucesso nos assuntos do coração
    2. Abençoar e consagrar
    3. Falar com os espíritos
    4. Saber das coisas ocultas
    5. Chamar espíritos
    6. Conhecer a Voz do Vento
    7. Ter o conhecimento da transformação
    8. Ter o conhecimento da divinação
    9. Conhecer os Sinais Secretos
    10. Curar males
    11. Trazer a beleza
    12. Ter influencia sobre as feras selvagens
    13. Conhecer os segredos das mãos.

    Aradia também ensinou que uma Bruxa deve seguir aos Ritos Sazonais e os
    momentos da Lua Cheia para manter os dons.

    INTRODUÇÃO

    Iniciaremos com um pouco de História. A Itália passou a ser o país como o conhecemos a pouco mais de 100 anos. Antes disso, era apenas a península Itálica, dividida em diversos reinos. Voltando um pouco mais no tempo, mais ou menos a 1000 ac, vemos esta região populada por diferentes povos: dos etruscos, altamente desenvolvidos tecnologicamente para a época, passando pelos Latinos e terminando nos Villanovanos, que são considerados os indo-europeus do local. Neste momento histórico, os romanos ainda não são donos de um império e os gregos mostram muita influência sobre estes povos. A religião etrusca é influenciada pelos gregos e as práticas dos neolíticos – passando sua influencia, agora, para os romanos – que nunca foram detentores de uma cultura própria. Este caldeirão de culturas deu origem à Itália e sua Vecchia Religione.

    A Vecchia Religione ou Stregaria é a velha religião ligada a Natureza (como a Wicca), é a bruxaria italiana. Em italiano temos palavras para designar bruxa e bruxo que seriam, strega e stregone, respectivamente. Há também uma palavra para coven, boschetto.

    Na Itália central, as bruxas adoravam a deusa Diana e seu consorte, o deus Dianus. Fora de Roma, na região dos Montes Albanos, elas se reuniam nas ruínas de um templo de Diana, às margens do Lago Nemi.

    No século XIV, uma mulher muito sábia que se “intitulava” Aradia, renasceu a Velha Religião. Deste esforço, se formaram três tradições, que em origem, eram uma só. As tradições são conhecidas como Fanarra, Janarra e Tanarra. Coletivamente, são conhecidas como a Tríade de Tradições.

    A Fanarra é original do norte da Itália e são conhecidos como Guardiões dos Mistérios da Terra; a Janarra e Tanarra são do centro da Itália. A Janarra é conhecida como Guardiões dos Mistérios da Lua e a Tanarra dos Mistérios das Estrelas. Cada tradição tem um “líder” chamado Grimas. Ele deve ter conhecimento das outras duas tradições e sua função é fazer com que a sua tradição continue. \

    Existe também a tradição Aridiana proveniente da vila de Arida – dizem que as maiores parte dos discípulos de Aradia vieram desta localidade no centro da Itália. As maiorias dos praticantes modernas da Stregaria seguem essa tradição. A maioria dos ritos desta apostila são Aridianos.

    Como uma religião baseada na natureza, os Aridianos reconhecem a polaridade de gênero dentro da Ordem Natural, e personificam isso como A Deusa e o Deus. O ano é dividido em meses do Deus (outubro a fevereiro) e meses da Deusa (março a setembro). Ambos, Deusa e Deus, são reverenciados e são iguais em importância. Um detalhe é que durante os meses do Deus, os rituais são feitos com robes/ túnicas e nos meses da Deusa, sem roupa alguma. Outra coisa é que durante os meses do Deus, o sacerdote se ocupa de mais “incumbências” nos esbaths.

    Os grupos/ covens da tradição Aridiana possuem diversos cargos. Estes são de Sacerdotessa e Sacerdote; em seguida vem a Dama D’onore e La Guardiã, que são respectivamente, a Donzela que auxilia a Sacerdotisa nos rituais, e o Guardião que é responsável pela segurança da Sacerdotisa (o que de fato é interessante, pois não vivemos mais em uma época de perseguição, ou não deveríamos :)). É interessante também ressaltar a similaridade com o sistema gardeniano e alexandrino. Os sacerdotes são a representação dos Deuses nas encenações dos rituais...

    Stregherie

    A velha religião na Itália começou com os povos Etruscos que apareceram na Itália por volta de 1.000a.c, por serem povos místicos e possuidores de conhecimento de magia eles influenciaram em muito a religião da Itália.

    Os povos Etruscos deixaram tumbas magníficas decoradas, pintadas e ás vezes com jóias armas, utensílios de uso pessoal, todos esses objetos indicavam o nível social da pessoa que ali estava enterrada, acreditavam na vida após a morte e que os deuses se fossem bem celebrados durante suas vidas na terra, poderiam lhes reservar uma boa vida após a morte.

    Os deuses ocupavam um lugar importante na vida dos Etruscos, influenciavam seus comportamentos, seus relacionamentos e a idéia principal dos Etruscos era o poder que os deuses podiam emprestar "aos humanos", portanto o poder divino era consciente entre os Etruscos, com seus hábitos, sua religião e seus conhecimentos influenciaram sobre maneira toda a região da Itália.

    A vinda do cristianismo na Itália determinou a queda do Paganismo e os cultos mágicos aos deuses foi considerado ilegal .As sacerdotizas de Diana se refugiaram em vilas isoladas... onde hoje é encontrado o templo de Diana em ruínas, portanto a Velha Religião foi conservada nessas áreas rurais e o seu conhecimento existem até hoje na Itália moderna.

    A perseguição das bruxas na Itália não foi violenta como foi em outros países pois as bruxas italianas se concentravam em vilas isoladas e eram geralmente muito bem toleradas.

    A bruxa italiana chama-se Stregha e o bruxo italiano chama-se Streghone e o coven de bruxos é chamado de Boschetto A Stregheria também tem várias tradições conforme as regiões da Itália, por exemplo na Sicilia, norte da Itália, sul da Itália etc...

    Na Stregha é muito importante os laços familiares, os espíritos que protegem e preservam a antiga religião e seus conhecimentos. Ha muitas diferenças entre as bruxas americanas e as bruxas italianas, essas diferenças além de serem históricas são devidas a diferentes tradições e diferentes crenças. Os Estados Unidos fica muito longe da Itália e numa época passada, nos tempos primitivos é lógico que o conhecimento da Itália eram diferentes dos conhecimentos americanos assim como a sua história, por exemplo: uma bruxa Strega nunca ouviu falar sobre karma há tempos atrás, por que o conceito oriental místico só chegou na Itália neste século, portanto não se escutava falar sobre tantra, I'ching, chákra, yoga, estes conceitos não estavam presentes na Itália no ano de 1.300... Como a Stregha italiana têm seus alicerces na velha religião praticada nessa época, genuinamente ela não usa conceitos orientais .

    Outro exemplo: Na Itália temos quase 200 dialetos diferentes, o que originam diversas formas de conhecimentos, tradições e clãs.

    A magia Stregha usa muitos objetos da natureza, amuletos, talismãs, adivinhações, feitiços, os círculos mágicos também são feitos, é muito comum se encontrar chaves feitas de ouro ou prata, tesouras ferraduras, pérolas, fitas vermelhas e sal.

    Já foi dito que é muito importante os laços familiares na bruxaria Stregha e geralmente a iniciação de uma bruxa Stregha começa desde o momento de seu nascimento. as mulheres mais velhas da família gradativamente vão oferecendo conhecimentos para a iniciada e vão notando quais os dons que esta iniciada nasceu com eles.

    Isto também se dá com os meninos que florescem mais tarde na magia que as meninas.

    A herança de Aradia

    Trago a questão da herança. Resolvi pegar um dos pilares mais tradicionais das práticas de Stregheria - ou de qualquer vertente mais tradicional (e hereditária): o sangue. Para muitas streghe, ele é o passaporte para a entrada nos "mistérios". A herança do sangue é bem forte e une muitos clãs e praticantes. Para alguns, o simples nascer em determinada família já é um rito iniciático. A questão central aqui é: fazer parte de uma família, ter uma descendência "mágicka" conta - e muito! Muitas famílias não abrem seu livro mágicko ou sua linhagem para ninguém e os únicos estranhos são os cônjuges dos filhos.

    "Poxa vida... então, se eu não vier de uma família bruxa, nada feito?", alguns podem estar pensando. :(

    Na verdade, muitas trilhas levam ao Caminho. Algumas streghe acreditam que o processo evolutivo permite aos iniciados estar sempre juntos dos seus - porém, nada garante que com o mesmo sangue terreno. Eu acredito fortemente nisso. Alias, vale observar as pessoas que seguem religiões africanas; tradições de sangue negro. Muitos têm esse sangue correndo em suas veias, no entanto alguns daqueles que se dedicam e se iniciam são de descendência preponderantemente européia. O que as traz até o terreiro? Aleph, meu companheiro mágicko, diz "que são pessoas de alma negra". Quem remexeu caldeirão uma vez, fatalmente o fará novamente.

    Aqui então se firma um ponto interessante: não importa de onde vem a sua ancestralidade, mas para onde ela te leva - além de sabermos reverenciar isso com propriedade.

    Se seus avós são como os meus, católicos e espíritas, isso não impede que ninguém de trilhar uma estrada de (neo)paganismo. Nossos rituais e nomenclaturas podem ser diferentes, mas nossa essência é como a água: molda-se ao recipiente que a carrega. Procuramos o divino; eu o vejo no Sol, na Lua ou na Terra, mas minha família o vê em Jesus. Ainda assim, somos uma família e temos nossas particularidades e cultos: somos a nossa tradição.

    Esta é a herança de Aradia. A famosa figura da Stregheria - principalmente pelas mãos de Charles Leland e seu Gospel - traz essa força: de quem volta às suas origens e as incorpora, saindo depois para levar a outros este mesmo processo. Eu penso que este é um processo que tem de acontecer para entrarmos em processo iniciático. Algo como "Conhece a ti mesmo". Se conhecer é tirar o primeiro véu de seus olhos e assumir sua personalidade mágicka - independentemente de qual seja seu Caminho. Ao centrar meus estudos na Bruxaria Italiana, recebi uma grande oportunidade: a de poder olhar os meus e entender melhor por que estava fazendo aquilo (e por que continuo).

    Eu creio que esta é uma das lições da mestra Aradia. A lição de trazer seu sangue e honrá-lo. Isto é dizer aos seus ancestrais: "não me esqueci de quem somos!".

    Benedizioni di Diana

    por Pietra D C Luna

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    Dante e a Divina Comédia


    José Antunes


    Dante Alighieri foi um dos maiores vultos intelectuais da época pré-renascentista. Contemporâneo de personagens célebres da Europa, como Giotto, Marco Polo, Afonso X o Sábio, etc., é considerado como o autor mais importante da língua italiana. Viveu numa época muito conturbada na península itálica, as cidades guerreavam-se entre si, e dentro das próprias cidades não havia a melhor coesão política.

    Nascido na cidade de Florença em Maio de 1265 vai sofrer as conturbações e incompreensões dos seus conterrâneos. O seu pai era um pequeno proprietário de terras e sua mãe morreu pouco anos após Dante ter nascido. O pai teve um novo casamento do qual nasceram mais três filhos com os quais Dante teve sempre boas relações. Aos nove anos avista pela primeira vez a pequena Beatriz, poucos meses mais nova do que ele, que irá ser a musa inspiradora do futuro poeta.

    Frequentou as escolas de Florença mas o maior contributo para a sua formação foi o contacto com Brunetto Latini, homem apaixonado pelas letras que frequentara os maiores centros culturais da Europa. Aos 18 anos volta a encontrar Beatriz que o inspira para a criação de poesia, iniciando-se a sua actividade como escritor. Fazendo parte dos feditori, os cavaleiros destinados ao assalto, defendeu valorosamente a sua cidade.

    Em 1290 morre Beatriz, o que causa a Dante grande perturbação levando-o a procurar reconforto na leitura de autores clássicos. Casa depois com Gemma Donati, a quem a família o ligara desde criança, procurando assim uma estabilização familiar, continuando no entanto a sua actividade nos círculos intelectuais de Florença.

    Florença passava nesta época algumas conturbações políticas. Era notória a rivalidade entre a nascente burguesia e a velha nobreza, representadas por duas poderosas famílias: os Cerchi e os Donati. Aqueles fizeram grande fortuna com o comércio, enquanto que os Donati eram ricos, pertenciam a uma antiga estirpe. A rivalidade acentua-se com a luta pelo poder político na cidade.

    É nesta altura que Dante entra na política ocupando um cargo público. Situação difícil para a natureza de um homem como Dante, pois tentando-se sobrepôr a todo o tipo de facção para que realmente prevalecessem os interesses da cidade, acabou por tomar partido pelos Brancos (assim eram designados os que tinham o partido dos Cerchi, enquanto que a outra facção eram denominados de Negros) para se opôr aos interesses de Bonifácio VIII, que tinha o objectivo de se apoderar da Toscana e que dava apoio aos Negros.

    Em 1301 é enviado a Roma como membro de uma embaixada. O papa, tendo-se apercebido de que Dante era um temível adversário dos seus interesses, não o deixou partir. Entretanto a situação muda bruscamente em Florença. Os Negros vencem, expulsam os Brancos incendiando as suas casas e condenam os ausentes à revelia.

    Inicia-se assim um exílio que irá manter o célebre florentino longe da sua pátria por toda a vida. Irá percorrer toda a Itália sonhando sempre com o regresso à pátria e com uma ideia avançada para a época: a unificação de toda a península.

    Em 1310 vai à Itália Henrique VII do Luxemburgo, o poderoso Imperador que irá tentar pacificar as cidades italianas, unificando-as sob o seu domínio. Mas são os próprios florentinos que desencadeiam um movimento oposto a esta ideia e que depressa alastrou por toda a Itália pondo fim a esta tentativa.

    Percorrendo cidade após cidade, Dante passa os últimos anos de sua vida na cidade de Ravena onde, diz-se, terá tido uma cátedra na Universidade desta cidade. Em 1321, no regresso de uma viagem a Veneza, onde fora como embaixador do senhor de Ravena, Dante adoece, vindo a desencarnar na noite de 13 de Setembro.

    Homem de qualidade superiores, Dante vai-se imortalizar através da sua vasta obra, e mais concretamente através da “Divina Comédia”, que o tornou um dos grandes escritores de todos os tempos.

    Abrangendo áreas desde a retórica até à política, passando pela poesia, Dante transmite-nos não só a experiência de um homem da sua época com uma vida atribulada, mas também as vivências e inquietudes do Homem de sempre.

    A sua primeira obra, “Vida Nova”, é um trabalho em poesia e prosa cujo tema é o seu grande amor por Beatriz. As poesias são ou comentadas ou introduzidas por textos escritos em prosa onde Dante narra o seu elevado sentimento de amor. Não um amor inferior mas um amor platónico que o poeta descobre dentro de si e que transmite através dos versos. Este amor por Beatriz alcançará uma dimensão mais elevada na última parte da “Divina Comédia”.

    “O Convívio”, composto nos anos que vão de 1304 a 1307, é uma das primeiras obras que Dante escreve fora da sua terra natal. Obra em que o autor demonstra o seu vasto conhecimento e saber, é escrita em prosa e os temas são extraídos de pequenas composições poéticas que o precedem. Dante projectará “O Convívio” para 15 tratados mas apenas foram escritos 4, sendo o primeiro uma introdução.

    Escrito em italiano comum, o primeiro do género, pois na época obras deste cariz eram escritas em latim, Dante tenta fazer chegar o conhecimento a todos os homens, desde príncipes, barões, cavaleiros e muitos outros nobres, até ao povo, não só homens mas também mulheres.

    De realçar nesta obra o conceito de nobreza que “é a perfeição da própria natureza em cada coisa”, não se herda, não provém da estirpe, nem do tempo, nem das riquezas, mas da Alma, e compreendem em si, além das virtudes morais e intelectuais, as boas disposições naturais, a bondade, os sentimentos generosos. Ela, a nobreza, é depois sublimada pela graça santificante, e torna-se semente de vida feliz, que se desenvolve, primeiro naturalmente e depois racionalmente, “até levar até Deus a Alma por Deus criada”.

    “A Vulgar Eloquência” é um tratado de filologia ou ciência da linguagem. Composta por dois volumes, Dante analisa a linguagem como tendo uma única raíz que se foi multiplicando até se criarem os particulares dialectos. Faz distinção entre linguagem popular e linguagem culta, distingue na poesia as várias métricas, os versos, os estilos, etc... Preconiza que deveria existir uma língua comum em toda a península itálica, o que significa a existência de uma nação, conceito inexistente na época puramente feudal do seu tempo.

    “Monarquia” é um tratado de teor político-filosófico, escrito em latim, no qual Dante exprime as suas ideias sociais. Ao grande partidarismo da época, Dante opõe o conceito de um governador universal representado por um Imperador, que unifique todos os países e nações. O Imperador ou Monarca imperará sobre todos os reis, ministros ou chefes dos povos, e agindo segundo a Justiça, conseguirá que todos os que agem abaixo dele sigam o seu exemplo. Assim a humanidade viveria em Paz e Justiça social, de harmonia com a Lei Universal.

    De Dante podemos ainda encontrar outras obras menores, a maioria póstumas, reunidas e publicadas mais tarde. Estão neste caso as “Éclogas”, “As Epístolas”, “As Rimas” e “A Questão da Água e Terra”. Simples documentos da actividade intelectual do poeta nos meios cultos da época.

    “A Divina Comédia”
    É a obra-prima de Dante. Começada por volta de 1307, trabalhou nela durante todo o resto da sua vida. Poema composto por três partes contendo a primeira parte 34 cantos e as outras duas partes 33 cantos cada uma, totalizando 100 cantos, está escrito em tercetos de versos decassilábicos com rima encadeada.

    Tendo o título original de “Comédia”, mais tarde os editores colocam-lhe o título de “A Divina Comédia”.

    É nesta obra que Dante coloca todo o Conhecimento e Sabedoria do homem superior que era, adaptando o Saber Tradicional à forma religiosa vigente para assim transmitir esses mesmos Conhecimentos aos outros homens. Rica em simbolismo, “A Divina Comédia” está perfeitamente adaptada ao cristianismo, podendo ser lida por todos aqueles que a queiram ler. Uns contentam-se apenas com o invólucro de que está revestida a obra, outros antevêm mais além, cada um segundo as suas possibilidades de beber na fonte inesgotável do simbolismo.

    Na “Comédia” Dante relata todo o processo de aceleração da evolução humana, ou seja, o processo iniciático, desde a descida aos mundos inferiores até à contemplação do Divino, processo este que é dividido em três partes: “Inferno”, “Purgatório” e “Paraíso”.

    Na primeira parte Dante narra que, tendo-se perdido numa floresta obscura, tenta em vão subir a uma colina iluminada pelos raios do sol nascente pois encontra-se frente a três feras que o impedem. Surge então Virgílio, o grande poeta latino, que será o guia espiritual nas duas primeiras partes da odisseia que Dante terá de percorrer. Virgílio tranquiliza-o, oferecendo-se para o tirar dali, levando-o através do Inferno e do Purgatório, um privilégio concedido a Dante pela oração de Beatriz, para que ele possa alcançar o Reino dos Bem-Aventurados.

    É assim que Dante se encontra no caminho da “Via Fatale” sobre cujos portais se encontra gravado:

    «Por mim se vai à cidade dolente
    Por mim se vai ao eterno tormento
    Por mim se vai viver com a perdida gente».


    É o primeiro passo, atravessar a terrível porta para se entrar nos mundos inferiores. Para isso é necessária toda a preparação e purificação para não se cair nos domínios inferiores. É a inspiração amorosa que leva Dante a “agir”, mas um amor platónico, ou seja, oriundo de Vénus Urania.

    É necessária a “acção” para que todo o processo se inicie. Como diz Krishna a Arjuna no Bhagavad-Gita, o caminho do Conhecimento é o caminho da Acção ultrapassada. Só com a experiência vem o verdadeiro Conhecimento, e o poeta terá que percorrer todo o longo caminho até chegar ao Conhecimento.

    Nas duas primeiras partes do poema vemos Dante conduzido por Virgílio, símbolo da razão, do conhecimento, da sabedoria, de toda a herança cultural dos antigos. É a etapa em que o homem necessita do apoio externo para que possa avançar no “tortuoso caminho”.

    Após estas etapas, o poeta caminha não sozinho mas acompanhado por Beatriz que o conduzirá até ao final de toda a odisseia. Beatriz é Vénus Urania, a grande paixão do homem por aquela sua “parte” que lhe falta: a Alma. Nesta fase o “lanu” não necessita de apoio externo do mestre, mas aspira a algo mais, aspira a conquistar a Essência perdida em tempos remotos. É com esta conquista que Dante entra no Reino dos Bem-Aventurados, onde habitam os Deuses, o Paraíso cristão, o Amenti egípcio, o Nirvana de Buda. Diversas terminologias para exprimirem todas o mesmo: o Inexprimível.


    Kartia Fonseca

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    Hecate

    I – NOMES:

    Grego:

    'Ekata
    'Ekath

    Transliteração:

    Hekata
    Hekatê

    Tradução:

    Mãos- Dançantes

    (da palavra grega “hekateris”)

    Títulos & Epítetos

    Aidwnaia
    Kourotrofe
    Enodiw
    Brimw

    Transliteração:

    Aidônaia
    Kourotrophe
    Brimô

    Tradução:

    Senhora do Hades
    Enfermeira dos Jovens
    A Furiosa, A Terrível

    Títulos e Epítetos

    TrimorfoV
    Zhrunqia
    PershiV

    Transliteração:

    Trimorphos
    Zerynthia
    Persêis

    Tradução:

    Triforme
    Senhora de Zerynthos
    Filha de Perses

    Pronuncia Latina:

    Hécate

    II – GENERALIDADES:

    Hekate era a deusa da feitiçaria, uma das jovens Titânides. Por permanecer ao lado de Zeus na luta contra os Titãs, a deusa não perdeu nenhum de seus privilégios, garantindo-lhe, assim, o poder sobre a terra, o céu, o mar e o Mundo Inferior.

    Estava também intimamente ligada aos Mistérios de Eleusis, bem como, ajudou Demeter a procurar sua filha Perséfone, para depois juntar-se a ela como deusa do Hades. Alguns poetas relatam que os Coribantes ou os Curetes eram seus servos.

    Nos vasos gregos, Hekate é normalmente retratada segurando duas tochas.

    III – FAMÍLIA:

    1- Linhagem: Titãs. Ponto (Mar) & Gaia (Terra) Crio (Titã do Domínio) & Euríbia (Deusa Marinha) Perses (Titã da Destruição) & Astéria (Deusa de Delos): HÉCATE

    2- Pais:

    • Perses & Astéria: Teogonia 404, Apolodorus 1.8
    • Perses-Persaios: Argonautica 3.1036, Hinos Homéricos a Demeter 24, Lycophron 1174, Diodorus Siculus 4.45.1
    • Nyx: Lírico Grego IV Bacchylides Frag 1B.
    • Tártaro: Outras Fontes.

    3- Filhos:

    • Cila com Fórcis: [o autor identifica Hekate com Kratais que é normalmente tomado como um outro nome de Ceto (Keto)]: Argonautica 4.827.
    • Cila com Apolo: Outras Fontes
    • Circe, Medéia, Aigialeus com Aeetes: Diodorus Siculus 4.45.1.

    IV- CITAÇÕES:

    Hesíodo
    Teogonia

    HINO Á HÉCATE

    Febe entrou no amoroso leito de Coios

    e fecundou a Deusa o Deus em amor,

    ela gerou Leto de negro véu, a sempre doce,

    boa aos homens e aos Deuses imortais,

    doce dês o começo, a mais suave no Olimpo.

    Gerou Astéria de propício nome, que Perses

    conduziu um dia a seu palácio e desposou,

    e fecundada pariu Hécate a quem mais

    Zeus Cronida honrou e concedeu esplêndidos dons,

    ter parte na terra e no mar infecundo.

    Ela também do Céu constelado partilhou a honra

    e é muito honrada entre os Deuses imortais.

    Hoje ainda, se algum homem sobre a terra

    com belos sacrifícios conforme os ritos propicia

    e invoca Hécate, muita honra o acompanha

    facilmente, a quem a Deusa propensa acolhe a prece;

    e torna-o opulento, porque ela tem força.

    De quantos nasceram da Terra e do Céu

    e receberam honra, de todos obteve um lote;

    nem o Cronida violou nem a despojou

    do que recebeu entre os antigos Deuses Titãs,

    e ela tem como primeiro no começo houve a partilha.

    Nem porque filha única menos partilhou de honra

    e de privilégio na terra e no céu e no mar

    mas ainda mais, porque honra-a Zeus.

    A quem quer, grandemente dá auxílio e ajuda,

    no tribunal senta-se junto aos reis venerandos,

    na assembléia entre o povo distingue a quem quer,

    e quando se armam para o combate homicida

    os homens, aí a Deusa assiste a quem quer

    e propícia concede vitória e oferece-lhe glória.

    Diligente quando os homens lutam nos jogos

    aí também a Deusa lhe dá auxílio e ajuda,

    e vencendo pela força e vigor, leva belo prêmio

    facilmente, com alegria, e aos pais dá a glória.

    Diligente entre os cavaleiros assiste a quem quer,

    e aos que lavram o mar de ínvios caminhos

    e suplicam a Hécate e ao troante Treme-terra,

    fácil a gloriosa Deusa concede muita pesca

    ou surge e arranca-a, se o quer no seu ânimo.

    Diligente no estábulo com Hermes aumenta

    o rebanho de bois e a larga tropa de cabras

    e a de ovelhas lanosas, se o quer no seu ânimo,

    de poucos avoluma-os e de muitos faz menores.

    Assim, apesar de ser a única filha de sua mãe,

    entre imortais é honrada com todos os privilégios.

    O Cronida a fez nutriz de jovens que depois dela

    com os olhos viram a luz da multividente Aurora.

    Assim dês o começo é nutriz de jovens e estas as honras.

    Pierre Grimal

    Dicionário da Mitologia Greco-Romana

    HÉCATE

    É uma deusa aparentada com Ártemis e que não possui mito propriamente dito. Permanece bastante misteriosa, caracterizada mais pelas suas funções e os seus atributos do que pelas lendas em que intervém. Hesíodo apresenta-a como concebida por Astéria e Perses e descendente direta da geração dos Titãs. É, portanto, independente das divindades olímpicas; Zeus, porém, conservou-lhe os antigos privilégios e aumentou-os inclusivamente. Espalha por todos os homens a sua benevolência, concedendo as graças que lhe pedem. Dá, nomeadamente, a prosperidade material, o dom da eloqüência nas assembléias políticas, a vitória tanto nas batalhas como nos jogos. Proporciona peixe abundante aos pescadores; faz prosperar ou definhar o gado conforme quer Os seus privilégios estendem-se a todos os campos em vez de se limitarem a alguns como é, em geral, o caso das divindades. Invoca-se também muito particularmente como «deusa que nutre» a juventude, em pé de igualdade com Ártemis e Apolo.

    São estas as características de Hécate na época antiga. Pouco a pouco, a deusa adquiriu uma especialização diversa. Foi considerada como a deusa que preside à magia e aos feitiços. Está ligada ao mundo das sombras. Surge aos magos e às feiticeiras com um archote em cada mão, ou sob a forma de diversos animais: égua, cadela, loba, etc. É a ela que se atribui a invenção da feitiçaria, e a lenda incorporou-a na família dos magos por excelência, Eetes e Medeia da Cólquida. Com efeito, tradições tardias dizem que Circe é sua filha. Ora Circe é a tia de Medeia. Por vezes, passa mesmo por ser sua mãe.

    Como feiticeira, Hécate preside às encruzilhadas, que são lugares de eleição da magia. Aí se ergue a sua estátua, sob a forma de uma mulher com três corpos ou então com três cabeças. Estas estátuas eram muito abundantes nos campos da Antigüidade e junto delas colocavam-se oferendas.

    Junito de Souza Brandão Mitologia Grega Vol. I

    HÉCATE, em grego 'Ecath (Hekáte), que é o feminino de ecatos (hékatos), isto é, que “fere à distância, que “age como lhe apraz”, qualidade específica da grande deusa, sobre que se apóia especialmente Hesíodo na Teogonia, 425-43.5.

    Deusa aparentada à Ártemis, não possui um mito próprio. Profundamente misteriosa, age mais em função de seus atributos. Embora descenda dos Titãs e seja portanto independente dos deuses olímpicos, Zeus, todavia, lhe conservou os antigos privilégios e até mesmo os aumentou. Era princípio, uma deusa benéfica, que derrama sobre os homens os seus favores, concedendo-lhes a prosperidade material, o dom da eloqüência nas assembléias, a vitória nas batalhas e nos jogos, a abundância de peixes aos pescadores. Faz prosperar o rebanho ou o aniquila, a seu bel-prazer. É a deusa nutriz da juventude, em pé de igualdade com Apolo e Ártemis. Eis aí um retrato de Hécate na época mais antiga. Aos poucos, todavia, Hécate foi adquirindo características, atributos e especialização bem diferentes. Deusa ctônia, passou a ser considerada como divindade que preside à magia e aos encantamentos. Ligada ao mundo das sombras, aparece aos feiticeiros e às bruxas com uma tocha em cada mão ou ainda em forma de diferentes animais, como égua, loba, cadela, Tida e havida como a inventora da magia, o mito acabou por fazê-la penetrar na família da bruxaria por excelência: Eetes, Círce e Medéia. É assim que tradições tardias fizeram-na mãe de Circe e, por conseguinte, tia de Medéia. Como mágica, Hécate preside às encruzilhadas, local consagrado aos sortilégios. Não raro suas estátuas representam-na sob a forma de mulher com três corpos e três cabeças.

    Hécate é a deusa dos mortos, não como Perséfone, mas como divindade que preside às aparições de fantasmas e senhora malefícios. Empunhando duas tochas e seguida de éguas, lobas e cadelas é a senhora todo-poderosa invocada pelas bruxas. Seu poder terrível manifesta-se particularmente à noite, à luz bruxulante da Lua, com a qual se identifica. Deusa lunar e ctônia, está ligada aos ritos da fertilidade. Sua polaridade, no entanto, já foi acentuada: divindade benfazeja, preside à germinação e ao parto, protege a navegação, prodigaliza prosperidade, concede a eloqüência, a vitória e guia para os caminhos órficos da purificação; era contrapartida, possui um aspecto terrível e infernal: é a deusa dos espectros e dos terrores noturnos, dos fantasmas e dos monstros apavorantes. Mágica por excelência, é a senhora da bruxaria. Só se pode esconjurá-la por meio de encantamentos, filtros de amor ou de morte. Sua representação com três corpos e três cabeças presta-se a interpretações simbólicas de diferentes níveis. Deusa da Lua pode representar-lhe três fases da evolução: crescente, minguante e lua nova, em correlação com às três fases da evolução vital. Deusa ctônia, ela reúne os três níveis: o infernal, o telúrico e o celeste e, por isso mesmo, é cultuada nas encruzilhadas, porque cada decisão a se tomar num trívio postula não apenas uma direção horizontal na superfície da terra, mas antes e especialmente uma direção vertical para um ou para outro dos níveis de vida escolhidos.

    A grande mágica das manifestações noturnas simbolizaria ainda o inconsciente, onde se agitam monstros, espectros e fantasmas. De um lado, o inferno vivo do psiquismo, de outro uma imensa reserva de energias que se devem ordenar, como o caos se ordenou em cosmo pela força do espírito.

    Karl Kerényi
    Os Deuses Gregos

    AS DEUSAS EURÍBIA, ESTIGE E HÉCATE

    Um relato sobre as deusas do Destino, que Homero une numa única Moira Krataia, a “Moira forte”, deve ser acompanhado de um relato sobre as deusas igualmente notáveis pela força ou por alguma conexão especial com seres que significam força. Elas formam um grupo acidental de três - mas não inteiramente acidental, já que Hesíodo as une pelo parentesco.

    Euríbia, como o nome quer dizer, era uma deusa de “ampla força”. Bia significa “força” e é sinônimo de kratos, “poder”. Supunha-se que Euríbia fosse filha de Géia. Mas seu pai era o Mar, Ponto. Seus irmãos foram Nereu e Fórcis, dois “Velhos do Mar”, e Taumante, cujo nome significa “Maravilha do Mar”. Sua irmã era Ceto, a deusa das belas faces, cujo nome quer dizer “Monstro do Mar”. Euríbia tinha um coração de aço. Ela deu filhos a Crio, cujo nome indica “O Carneiro do Céu” e que foi um dos dois Titãs que não se casaram com uma Titânida. A deusa do coração de aço, entretanto, era quase uma Titânida. Seus filhos têm a natureza semelhante à dos Titãs: Astreu, “o Estrelado”, Palas, o marido de Estige; e Perses, pai de Hécate.

    Estige é para nós um nome odiado; está associado com stygein, “odiar”. É o nome do rio que circunda nove vezes o Mundo Subterrâneo e o limita. A fria queda d’água do alto do monte Araônio, na Arcádia, recebeu o seu nome por causa do rio do Mundo Subterrâneo, e não ao contrário. Sobre a deusa do mesmo nome diz-se que Zeus gerou nela a Rainha do Mundo Subterrâneo, Perséfone. Em Hesíodo a deusa Estige é a mais poderosa das filhas mais velhas de Oceano e Tétis. Falava-se que Estige deu a Palas, além de Zelo e Nice (“Zelo” e “Vitória”), também Crato e Bia (“Poder” e “Força”). Esses dois nunca deixaram de estar ao lado de Zeus, não somente em casa como também nas viagens. Estige o conseguira no dia em que o Olimpiano convocou todos os deuses para ajudá-lo contra os Titãs e prometeu-lhes que quem o fizesse jamais careceria de recompensa e honra: todo aquele que ocupasse uma posição ou uma dignidade especial as manteria, e todo aquele que não tivesse recebido nem uma coisa nem outra sob as ordens de Crono receberia uma posição ou uma dignidade que se lhe ajustasse. Daí que Estige fosse a primeira a juntar-se a Zeus com os filhos. Tal era a sua sabedoria, herdada de seu pai Oceano. E Zeus, na verdade, a honrou e recompensou ricamente: ela tornou-se o grande Juramento dos deuses. Nem mesmo os mortais se atrevem a perjurar em nome de Estige, que permaneceu associada ao Mundo Subterrâneo e nunca se tomou uma deusa Olímpica. A importância do juramento feito pelas águas de Estige será explicada mais tarde, quando eu chegar à história de Íris. Os Filhos de Estige tornaram-se companheiros constantes do Soberano. Não nos esqueçamos de que na tragédia de Ésquilo, Prometeu Acorrentado, Crato e Bia aparecem como dependentes de Zeus. A deusa alada Nice, por outro lado, estava mais intimamente ligada à filha de Zeus, Palas Atena.

    Hécate, a terceira do grupo, estava sempre mais próxima de nós - se bem o um nome talvez, queira dizer “a Distante”. Não é o nome que a liga a Apolo e Ártemis, igualmente chamados de Hécaton e Hécate, mas também a origem da sua família — se é que Hesíodo está certo no relato a esse respeito. Supõe-se alhures que ela foi uma das Filhas da Noite. Hesíodo, porém, nos dá a seguinte genealogia: o casal de Titãs, Febe e Ceos, teve duas filhas: Leto, a mãe de Apolo e Ártemis, e Astéria, a deusa-estrela, que deu Hécate a Perseu ou Perses, filho de Euríbia. Hécate, portanto, é prima de Apolo e Ártemis e, ao mesmo tempo, um reaparecimento da grande deusa Febe, cujo nome os poetas dão freqüentemente à lua. Com efeito, Hécate costumava aparecer-nos carregando sua tocha como Deusa da Lua, ao passo que Ártemis, que, às vezes, também carrega uma tocha, nunca o fez. Hesíodo procura distinguir ainda mais Hécate de Ártemis enfatizando, repetidamente, que a primeira é monogenes, “filha única”. Nesse sentido, Hécate se parecia também com Perséfone, a deusa do Mundo Subterrâneo. Quanto ao resto, era uma poderosa deusa tripla. Zeus a reverenciava acima de todas as outras e deixava-a partilhar da terra, do mar e do céu estrelado; ou melhor, não a privou dessa honra tríplice, que ela usufruíra no tempo dos deuses anteriores, os Titãs, mas deixou-a conservar o que lhe fora outorgado na primeira distribuição de honras e dignidades. Ela era, portanto, uma verdadeira Titânida dos Titãs, ainda que isso nunca apareça expressamente dito. Pelo contrário, dizem que ela é aquela Krataüs, aquela “Forte”, que deu a Fórcis o monstro marinho e feminino Cila. Contam-se histórias dos seus casos de amor com deuses do mar: com Tritão, sobretudo, a quem Hesíodo chama eurybias, “de ampla força”. Por outro lado, também se dizia que Hécate era senhora do Mundo Subterrâneo e todas as noites dirigia um enxame de fantasmas, acompanhada pelo ladrar dos cães. Chamavam-lhe até Cadela ou Loba.

    Ela estava literalmente “próxima” de nós, no sentido de que ficava diante das portas de nossas casas sob o nome de Protiraia, a deusa que ajudava as mulheres no parto (ou, às vezes, as oprimia cruelmente), e era também vista em locais de reunião de três caminhos, onde se erguiam imagens suas: três máscaras de madeira em cima de uma vara ou uma estátua tripla com três rostos olhando para três direções. Descrever como e com que finalidades as mulheres a invocavam nos levaria para o terreno da feitiçaria; e pretendo limitar-se tanto quanto possível a Mitologia.

    René Ménard

    Mitologia Greco-Romana

    HÉCATE

    Tal qual Plutão, não tem Prosérpina um papel bastante ativo nos infernos. A Hécate é que cabe a missão de chamar as Fúrias vingadoras que se apoderam dos culpados. Hécate, divindade infernal, que preside os encantamentos e a magia, chama-se às vezes tripla Hécate, por se lhe estender o poder simultaneamente no céu, na terra e nos infernos. Aparece na arte como espécie de tríade composta de três mulheres. A primeira traz na cabeça o crescente da lua, e em cada mão um facho; a segunda tem a cabeça radiada e ornada de um gorro frígio; tem uma faca e uma serpente; finalmente, a terceira segura umas cordas e chaves.

    Hécate não desempenha na Fábula papel nitidamente acentuado, e o seu caráter lunar fez com que, às vezes, a confundissem com Diana. Fora esta a primeira em perceber o rapto de Prosérpina, e pusera-se a procurá-la com os seus fachos. Na guerra dos gigantes, colocara-se, apesar de pertencer ao partido dos Titãs, ao lado de Zeus, e matara com o fogo dos fachos o gigante Clítio. A cena está representada num baixo relevo antigo, onde Hécate se distingue perfeitamente de Diana que combate ao lado dela com o arco e as flechas. Aliás já não tem o caráter de tríade de que somente se reveste em determinadas ocasiões.

    Hécate não era na origem uma divindade infernal, mas tendo emprestado uns disfarces a Europa, facilitando assim os amores de Júpiter, tornou-se odiosa a Juno e foi obrigada, para evitar uma perseguição, a ocultar-se sob um lençol, o que a tornou impura. As cabiras, por ordem de Júpiter, purificaram-na no Aqueronte, e desse modo passou a ser deusa do Tártaro. O seu papel nos infernos tem duplo aspecto. Como divindade vingadora, preside às expiações; como deusa da magia, preside os encantamentos, e é ela que envia à terra os monstros evocados dos infernos.

    Hécate é a grande mágica que se invoca para os encantamentos: detém-se nas encruzilhadas, perto dos túmulos, e quando sente o cheiro de um crime, faz que ladrem os cães infernais que a acompanham.

    “Hécate, diz Creuzer, quer dizer aquela que age de longe, ou aquela que afasta, que repele. Ofereciam se lhe sacrifícios expiatórios, espécies de lustrações domésticas feitas pela fumaça, celebradas no dia 30 de cada mês, e onde eram objetos essenciais ovos e jovens cães. Os restos desses animais e das demais ofertas, reunidos a muitos comestíveis, deviam ser expostos nas encruzilhadas, diziam-se o festim de Hécate. Muitas vezes os pobres e os cínicos saqueavam esses restos com uma avidez que pura os antigos era o sinal da extrema indigência ou da última baixeza. O cão era o animal consagrado a Hécate. Alguns monumentos mostram tal deusa tendo um cão ao rolo, a quem parece acariciar. Representavam-na também com uma cabeça de cão, e talvez fosse aquela a sua antiga forma mística, a forma sob a qual era adorada nos mistérios da Samotrácia, onde se imolavam cães em sua honra. Hécate tinha também os seus mistérios, particularmente em Egina; a instituição se prendia a Orfeu. Viam-se na ilha varias estatuas da deusa, uma das mãos de Miro, com um só rosto, outras com três, atribuídas ao famoso Alcameno”.

    Arthur Cottrell

    Enciclopédia de Mitologia:

    HÉCATE descendia, segundo alguns relatos, dos Titãs. Era uma deusa grega com duas características distintas: durante o dia exercia a sua influência benigna sobre a agricultura, mas durante as horas de trevas interessava-se por feitiçaria, fantasmas e túmulos. Semelhante em muitos aspectos à deusa da vegetação Demeter, Hécate associava de modo perturbante a fertilidade à morte enquanto forças terrestres. A feiticeira Medéia, princesa da Cólquida rejeitada por Jasão, costumava invocar Hécate em suas artes mágicas. Hécate surge geralmente representada com três rostos. Os atenienses tratavam-na com especial deferência e depositavam mensalmente oferendas nas encruzilhadas, onde se pensava que a deusa exercia o seu poder.

    Mário Meunier

    Nova Mitologia Clássica

    (fragmento do capitulo ‘Ártemis’)

    Mas por que a Lua, que chamam de Febe, isto é, a Radiosa, foi considerada caçadora? Será porque sua luz fraca ilumina e revela os esconderijos secretos em que, durante o dia, se escondem às feras? Será porque, nas clareiras, lebres e gamos refocilam-se no silêncio prateado de seus raios plácidos? Ou será porque a Lua, tal caçador infatigável e ardente, percorre, sonda e esquadrinha todos os espaços do Céu? Qualquer que seja a razão, a caça e todas as suas peripécias foram sempre as mais constantes prerrogativas de Ártemis. Rainha iluminadora dos caminhos e pálida protetora das evocações do Inferno, era ela também a Deusa que, sob o nome de Hécate, protegia os passos dos homens nos atalhos escarpados, nos desfiladeiros das montanhas, nas encruzilhadas indecisas e enganadoras e que, às vezes, o amedrontava com sua luz propícia às aparições de espectros e aos encantamentos das bruxas maléficas. Mais ainda, era graças à sua límpida presença e sob o suave entornar de seus úmidos raios, que a vegetação, arruinada pelo Sol, respirava o frescor e se saciava com o rocio da noite.

    Dicionário Ilustrado da Mitologia

    Editora Ediouro

    HÉCATE: um dos nomes correspondentes às três formas de Ártemis (Diana) que os antigos chamavam: Febe, no céu (a Lua); Ártemis (Diana) na terra e Hécate nos infernos. Sob a designação de Hécate, presidia os atos de magia e de encantamento. Em honra a Hécate celebravam-se em Atenas as festas “ecatésias”, durante as quais, os ricos da cidade ofereciam, nas encruzilhadas, uma comida pública, chamada de Hécate, destinada principalmente aos pobres da localidade e aos viajantes indigentes.

    Dicionário de Mitologia
    Editora Best Seller

    HÉCATE: Filha de Perses e Astéria. Originária da Trácia, era primitivamente uma deusa lunar. Apresentava traços de Diana, sendo, às vezes, assimilada a ela. Seu nome parece ser a forma feminina do Hécatos (o que fere de longe), epíteto de Apolo. Tão poderosa no céu como na terra, Hécate concedia aos homens a prosperidade material, o dom da eloqüência nas assembléias políticas, a vitória nas batalhas e nos jogos. Promovia o aumento dos rebanhos e favorecia a boa pesca. Assim como Diana e Apolo, também protegia a juventude. Aos poucos, passou a presidir à magia e aos encantamentos, ligando-se ao mundo dos mortos. Aparecia aos feiticeiros com uma tocha em cada mão ou sob a forma de diferentes animais. Costumam atribuir-lhe a invenção da feitiçaria. Ficava de preferência nas encruzilhadas, junto aos túmulos ou nos lugares onde havia ocorrido um crime. Nas encruzilhadas colocavam sua estátua sob a forma de uma mulher com três corpos ou três cabeças. Junto à imagem, depositavam oferendas para atrair seu favor.

    Michael Grant & John Hazel

    Who’s Who in Classical Mythology

    HÉCATE: deusa ctônica (terra) desconhecida de Homero mais importante na Beócia, lar de Hesíodo. Sua paternidade não é clara. Hesíodo a chama de filha de Ceos (Coios) e Febe: uma Titânide que manteve suas honras após a queda dos Titãs. Mas seu pai também pode ser Perses ou o próprio Zeus. E sua mãe é normalmente identificada com a irmã de Leto (mãe de Apolo e Ártemis), a deusa Astéria, embora, algumas vezes, Hécate tenha sido chamada de filha de Demeter e de Feraea. Sua associação com Demeter foi realçada devido à crença de que ambas cuidavam para que o solo fosse fértil, sendo Hécate, mais importante na Caria, na Ásia Menor. Hesíodo declarou que Hécate, cujo nome significa “aquela que tem poder sobre tudo”, foi honrada por Zeus mais que qualquer outra divindade, já que concedeu a deusa o poder sobre a terra, o mar e o céu. Como deusa terrestre, contudo, Hécate tornou-se intimamente ligada ao mundo dos mortos. Hécate era a deusa da magia, sendo invocada por Medeia, quando esta realizava suas curas, tanto na Cólquida quanto em Corinto. As encruzilhadas eram muito importantes nos ritos mágicos, uma vez que eram nesses lugares que tais ritos aconteciam, assim, mesmo não sendo identificada com Ártemis, Hécate era conhecida como a “Ártemis das Encruzilhadas”. Era descrita com três cabeças, carregando tochas e acompanhada por cães.

    Enciclopédia Virtual Mythica

    www.pantheon.org

    Hécate era a deusa grega das encruzilhadas. Ela é freqüentemente descrita com três cabeças, uma de cão, uma de cobra e a outra de cavalo. É normalmente vista em companhia de dois cães fantasmas, que são seus servos. Hécate é tomada como deusa da feitiçaria ou do mal, mas a deusa também realizou algumas boas ações em seu tempo. Uma delas foi quando ela resgatou Perséfone (filha de Demeter, rainha do Mundo Inferior e senhora da primavera) do Mundo Inferior. Era dito também que a deusa assombrava uma encruzilhada de três passagens, na qual cada cabeça encarava uma certa direção. Hécate aparecia quando a lua de ébano (lua nova) brilhava.

    Timeless Myths

    www.timelessmyths.com

    Hécate era a filha de Perses ou Persaeus e Astéria, ambos filhos de Titãs. Ela era também chamada de filha de Demeter. Os romanos a identificavam como “Trivia”, deusa das encruzilhadas ou dos “Três Caminhos”, embora Trivia possa ter sido apenas mais um titulo da deusa.

    Hesíodo menciona repetidamente em sua Teogonia que Zeus deu a Hécate, honras acima de qualquer outra deusa. A deusa concedia riqueza a quem a ela rezasse ou lhe conferisse sacrifícios. Hécate partilhava de todas as riquezas do Olimpo, da terra e do Mundo Inferior. Isto porque a deusa desempenhava o papel de deusa lunar, deusa da fertilidade e ainda deusa do Mundo Inferior. Era, algumas vezes, confundida com Réia e Demeter como deusa-terra e deusa da fertilidade e com Perséfone como deusa do Mundo Inferior. Era também a deusa da noite, conhecida como “deusa invisível”, sendo acompanhada por cães infernais. Foi Hécate também quem confortou Demeter quando Hades raptou sua filha Perséfone. Assim como Ártemis e Selene, Hécate é uma das deusas da lua, porém, em seu aspecto obscuro. Hécate também foi identifica com Ifigênia, filha de Agamenon e Clitemnestra. De acordo com o “Catálogo das Mulheres”, Hesíodo relatou que, quando os gregos sacrificaram Ifigênia, Ártemis transformou a jovem na deusa Hécate.

    Hécate era a deusa da magia e da bruxaria. A feiticeira Medeia era uma de suas sumo-sacerdotisas em seu templo na Cólquida. Na guerra contra os Gigantes, Hécate assassinou o gigante Clítio com sua tocha.

    De acordo com o historiador siciliano Diodorus Siculus, em seu relato sobre Jasão e os Argonautas, Hécate não é uma deusa, mas sim uma feiticeira de Tauris (ou Tauric), filha de Perses, rei de Tauric Chersonese e neta de Hélios. Hécate era conhecida por sua crueldade, já que havia envenenado seu pai e casado com seu tio, Aeetes, rei da Cólquida, tornando-se assim, mãe de Medeia e Circe. Como sumo-sacerdotisa de Ártemis de Tauris, ela tramava o sacrifício de todos os forasteiros que vinham a Cólquida.

    Greek Mythology Link

    http://homepage.mac.com/cparada/GML/Hecate.html

    Hécate

    Divindade do Mundo Inferior e companheira de Perséfone, é chamada a rainha da noite e a deusa das encruzilhadas. Suas três faces estão viradas para várias direções, e seu nome é gritado, durante a noite, nas encruzilhadas das cidades. Ela é freqüentemente vista bradando archotes e foi com estas armas que a deusa matou o gigante Clítio durante a Gigantomaquia. Hécate é tida como suprema, tanto no céu (Olimpo) quanto no Mundo Inferior (Hades), sendo dito que Zeus recorre a ela sempre que qualquer homem na terra oferece sacrifícios e orações em seu favor.

    1- Privilégios preservados após a Titanomaquia: ao tornar-se senhor do Universo, Zeus não privou Hécate de seus privilégios – concernentes a terra, ao céu e ao mar – estes foram seus domínios quando os Titãs governavam o mundo antes de Zeus, então a deusa os manteve, assim como era no principio.

    2- A Deusa dá e também tira: esta deusa, uma andarilha noturna, era mestra em feitiços que privavam as pessoas de seu juízo perfeito, lembrando-nos de Pan e dos Coribantes, que também possuíam tal poder. Era a deusa também quem distribuía riqueza e grandes vantagens àqueles que a ela rogavam. Assim, o resultado de uma guerra ou a vitória nos jogos dependiam dela, que concedia glórias àqueles que lhe agradavam. Para aqueles que trabalhavam no mar, ela podia garantir uma boa pescaria ou não, de acordo com sua vontade, assim, como no que concerne aos rebanhos, já que a deusa podia aumentá-los ou reduzi-los, conforme sua vontade.

    3- Bruxaria: Hécate, era tida como enfermeira e protetora dos jovens, fazendo parte também dos julgamentos, quando estes aconteciam, assim como nas assembléias. Tal poder nos relembra a feitiçaria. Medéia, que era uma sacerdotisa de Hécate, praticava bruxaria, aparentemente, sob a guia da deusa, para que assim pudesse usar, com destreza, ervas mágicas e poções, sendo capaz de estabelecer o curso dos rios, bem como, saber o curso das estrelas e da lua.

    4- Mundo Inferior: Hécate, filha do Tártaro, não era uma visão agradável, já que seu aspecto mutável e sua tríplice face deixavam-na com uma aparência terrível. Além disso, a deusa carregava espadas e possuía em seu ombro esquerdo a cabeça de um cavalo, no direito a de uma cadela furiosa e ao centro uma serpente selvagem. Contudo, fora por vezes chamada de “aquela com o coração terno”, uma vez que compadeceu-se da dor de Demeter quando sua filha Perséfone foi seqüestrada, e quando, esta fora encontrada, Hécate passou a ser sua companheira. As três deusas são descritas carregando tochas ou archotes, além disso todas tomam parte nos elementos místicos dos ritos de iniciação, assim como Dionísio, Apolo e as Musas. Uma vez que Hécate é uma divindade do Mundo Inferior, tal prerrogativa lhe concede amplos poderes em diferentes reinos.

    4- Ifigênia, Ártemis & Selene: Alguns poetas dizem que Ifigênia (filha de Agamêmnon & Clitemnestra) tornou-se Hécate pela vontade de Ártemis, outras alegam que as três faces da deusa representam as seguintes divindades: Ártemis (deusa da caça e da lua) na terra, Selene (deusa da lua) no céu e Hécate no Mundo Inferior. Porém, a própria Ártemis também é identificada com Selene, sendo descrita freqüentemente ostentando o crescente lunar em sua testa.

    V – Textos Diversos: (Fontes Desconhecidas)

    I – HÉCATE: Deusa da escuridão, a filha do Titã Pérses e Astéria. Diferente de Ártemis, que representava o luar e o esplendor da noite, Hécate representava a sua escuridão e seus terrores. Em noites sem luar, acreditava-se que ela vagava pela terra com uma matilha de uivantes lobos fantasmas. Era a deusa da feitiçaria e era especialmente adorada por mágicos e feiticeiras, que sacrificavam cães e cordeiros negros a ela. Como deusa da encruzilhada, acreditava-se que Hécate e seu bando de cães assombravam lugares lúgubres que pareciam sinistros aos viajantes. Na arte, Hécate era freqüentemente representada tanto com três corpos ou três cabeças e com serpentes em torno de seu pescoço.

    II – HÉCATE: Deusa das Bruxas e das Encruzilhadas. Hécate era a deusa da escuridão da lua, ou seja, das noites em que a lua não aparece no céu, deixando assim a terra envolta em escuridão. Era a protetora do mundo dos mortos, estando associada a magia e as bruxas, tendo ainda o poder de conceder graças ou riquezas a quem ela desejasse. A deusa mesclava a fertilidade com a morte para usá-las como um poder telúrico. Durante o dia, a deusa exercia seu poder sobre as fazendas, mas a noite seus interesses eram apenas a bruxaria e os fantasmas. Bruxas e feiticeiras, como Medeia, invocava Hécate em sua praticas mágicas. Normalmente descrita com três faces, Hécate era a deusa das encruzilhadas, sendo este o local onde os gregos deixavam suas oferendas mensalmente, onde os três caminhos se encontravam. Por causa de sua ligação com o Mundo Inferior, a deusa é mostrada quase que com os mesmos atributos que Perséfone. Hécate também se assegurava de que as ordens de Zeus estavam sendo cumpridas.

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    posted by iSygrun Woelundr @ 12:04 PM   0 comments
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